UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

sábado, 22 de novembro de 2014

Um Herói Chamado Zumbi....

Zumbi (Serra da Barriga, 1655 — Serra Dois Irmãos, 20 de novembro de1695 foi o último dos líderes do Quilombo dos Palmares, o maior dos quilombos do período colonial. Zumbi nasceu na então Capitania de Pernambuco, na serra da Barriga, região hoje pertencente ao município de União dos Palmares, no estado brasileiro de Alagoas.

Zumbi foi o grande líder do quilombo dos Palmares, respeitado herói da resistência antiescravagista. Pesquisas e estudos indicam que nasceu em 1655, sendo descendente de guerreiros angolanos. Em um dos povoados do quilombo, foi capturado quando garoto por soldados e entregue ao padre Antonio Melo, de Porto Calvo. Criado e educado por este padre, o futuro líder do Quilombo dos Palmares já tinha apreciável noção de Português e Latim aos 12 anos de idade, sendo batizado com o nome de Francisco. Padre Antônio Melo escreveu várias cartas a um amigo, exaltando a inteligência de Zumbi (Francisco). Em 1670, com quinze anos, Zumbi fugiu e voltou para o Quilombo. Tornou-se um dos líderes mais famosos de Palmares. "Zumbi" significa: a força do espírito presente. Baluarte da luta negra contra a escravidão, Zumbi foi o último chefe do Quilombo dos Palmares.

O nome Palmares foi dado pelos portugueses, em razão do grande número de palmeiras encontradas na região da Serra da Barriga, ao sul da capitania de Pernambuco, hoje, estado de Alagoas. Os que lá viviam chamavam o quilombo de Angola Janga (Angola Pequena). Palmares constituiu-se como abrigo não só de negros, mas também de brancos pobres, índios e mestiços extorquidos pelo colonizador. Os quilombos, que na língua banto significam "povoação", funcionavam como núcleos habitacionais e comerciais, além de local de resistência à escravidão, já que abrigavam escravos fugidos de fazendas. No Brasil, o mais famoso deles foi Palmares.


Será que procede?
Alguns autores levantam a possibilidade de que Zumbi não tenha sido o verdadeiro herói do Quilombo dos Palmares e sim Ganga-Zumba: "Os escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos eram capturados e convertidos em cativos dos quilombos. A luta de Palmares não era contra a iniquidade desumanizadora da escravidão. Era apenas recusa da escravidão própria, mas não da escravidão alheia.[...]"

De acordo com José Murilo de Carvalho, em "Cidadania no Brasil" (pag 48), "os quilombos

mantinham relações com a sociedade que os cercavam, e esta sociedade era escravista. No próprio quilombo dos Palmares havia escravos. Não existiam linhas geográficas separando a escravidão da liberdade".

Segundo alguns estudiosos Ganga Zumba teria sido assassinado, e os negros de Palmares elevaram Zumbi a categoria de chefe:

"Depois de feitas as pazes em 1678, os negros mataram o rei Ganga-Zumba, envenenando-o, e Zumbi assumiu o governo e o comando-em-chefe do Quilombo

"Se algum escravo fugia dos Palmares, eram enviados negros no seu encalço e, se capturado, era executado pela ‘severa justiça’ do quilombo.

Escravidão no Quilombo ???
Apesar ser vista por alguns movimentos e setores da sociedade como representantes da resistência à escravidão, muitos quilombos contavam com a escravidão internamente. Esta prática levou vários teóricos a interpretarem a prática dos quilombos como um conservadorismo africano, que mantinha as diversas classes sociais existentes na África, incluindo reis, generais e escravos.

Para alguns autores, no entanto, a escravidão nos quilombos em nada se assemelharia à escravidão dos brancos sobre os negros, sendo os escravos considerados como membros das casas dos senhores, aos quais deviam obediência e respeito.Semelhante à escravidão entre brancos, comum na Europa na Alta Idade Média. Para estes autores, a prática da escravidão teria dupla finalidade: aculturar os escravos recém-libertos às práticas do

quilombos, que consistiam em trabalho árduo para a subsistência da comunidade, já que muitos dos escravos libertos achavam que não teriam mais que trabalhar, e diferenciar os ex-escravos que chegavam aos quilombos pelos próprios meios (escravos fugidos, que se arriscavam até encontrar um quilombo. Sendo, neste trajeto, perseguidos por animais selvagens e pelos antigos senhores, e ainda, correndo o risco de serem capturados por outros escravistas), daqueles trazidos por incursões de resgates (escravos libertados por quilombolas que iam às fazendas e vilas para libertar escravos).

- Por outro lado, outros autores apontam a existência de uma escravidão até mesmo predatória por parte dos habitantes de Palmares, que realizavam incursões nos territórios vizinhos, de onde traziam à força indivíduos para trabalharem como escravos em suas plantações, desenvolvendo assim uma espécie de "escravismo dentro da própria 'república'."Escravos que se recusavam a fugir das fazendas e ir para os quilombos também eram capturados e convertidos em cativos dos quilombolas

O Quilombo dos Palmares existiu por um período de quase cem anos, entre 1600 e 1695. No Quilombo de Palmares (o maior em extensão), viviam cerca de vinte mil habitantes. Nos engenhos e senzalas, Palmares era parecido com a Terra Prometida, e Zumbi, era tido como

eterno e imortal, e era reconhecido como um protetor leal e corajoso. Zumbi era um extraordinário e talentoso dirigente militar. Explorava com inteligência as peculiaridades da região. No Quilombo de Palmares plantavam-se frutas, milho, mandioca, feijão, cana, legumes, batatas. Em meados do século XVII, calculavam-se cerca de onze povoados. A capital era Macaco, na Serra da Barriga.

A Domingos Jorge Velho, um bandeirante paulista, vulto de triste lembrança da história do Brasil, foi atribuído a tarefa de destruir Palmares. Para o domínio colonial, aniquilar Palmares era mais que um imperativo atribuído, era uma questão de honra. Em 1694, com uma legião de 9.000 homens, armados com canhões, Domingos Jorge Velho começou a empreitada que levaria à derrota de Macaco, principal povoado de Palmares. Segundo Paiva de Oliveira,
Zumbi foi localizado no dia 20 de novembro de 1695, vítima da traição de Antônio Soares. “O corpo perfurado por balas e punhaladas foi levado a Porto Calvo. A sua cabeça foi decepada e remetida para Recife onde, foi coberta por sal fino e espetada em um poste até ser consumida pelo tempo”.

O Quilombo dos Palmares foi defendido no século XVII durante anos por Zumbi contra as expedições militares que pretendiam trazer os negros fugidos novamente para a escravidão. O Dia da Consciência Negra é celebrado em 20 de novembro no Brasil e é dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695.


A palavra Zumbi, ou "Zambi", vem do termo nzumbe, do idioma africano quimbundo, e significa fantasma, espectro, alma de pessoa falecida.

Fatos Historicos
Mais ou menos em 1600: negros fugidos do trabalho escravo dos engenhos de açúcar, onde hoje são os estados de Pernambuco e Alagoas no Brasil, fundam na serra da Barriga o Quilombo dos Palmares. A população de Palmares em pouco tempo já contava com mais de 3 mil habitantes. As principais funções dos quilombos eram a subsistência e a proteção dos seus habitantes, e eram constantemente atacados por exércitos e milícias.


- 1630: Começam as invasões holandesas no nordeste brasileiro, o que desorganiza a produção açucareira e facilita as fugas dos escravos. Em 1644, houve uma grande tentativa holandesa de aniquilar o quilombo de Palmares que, como nas investidas portuguesas anteriores, foi repelida pelas defesas dos quilombolas.
- 1654: Os holandeses deixam o nordeste brasileiro.
- 1655: Nasce Zumbi, num dos mocambos de Palmares.
- 1670: Ganga Zumba, filho da Princesa Aqualtune e tio de Zumbi
- 1678: A Pedro de Almeida, governador da capitania de Pernambuco, mais interessava a submissão do que a destruição de Palmares, após inúmeros ataques com a destruição e incêndios de mocambos1680: Zumbi assume o lugar de Ganga-Zumba em Palmares e comanda a resistência contra as tropas portuguesas. Ganga Zumba morre assassinado com veneno.
- 1694: Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo comandam o ataque final contra a

Cerca do Macaco, principal mocambo de Palmares e onde Zumbi nasceu, cercada com três paliçadas cada uma defendida por mais de 200 homens armados, após 94 anos de resistência, sucumbiu ao exército português, e embora ferido, Zumbi consegue fugir.1695, 20 de Novembro: Zumbi, então aos 40 anos, foi traído e denunciado por um antigo companheiro (Antonio Soares), ele é localizado pelo capitão Furtado de Mendonça, preso, tem a cabeça cortada, salgada e levada, com o pênis dentro da boca, ao governador Melo e Castro. Ainda no mesmo ano, D. Pedro II de Portugal premia com cinquenta mil réis o capitão Furtado de Mendonça por "haver morto e cortado a cabeça do negro dos Palmares do Zumbi"



Algum Rei do Congo
Aqualtune
Ganga Zumba
Ganga Zona
Sabina
Zumbi dos Palmares
Dandara
Motumbo
Harmódio
Aristogíton


Zumbi
é considerado um dos grandes líderes de nossa história. Símbolo da resistência e luta contra a escravidão, lutou pela liberdade de culto, religião e prática da cultura africana no Brasil Colonial. O dia de sua morte, 20 de novembro, é lembrado e comemorado em todo o território nacional como o Dia da Consciência Negra."

A lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, incluiu o dia 20 de novembro no calendário escolar, data em que comemoramos o Dia Nacional da Consciência Negra. A mesma lei também tornou obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira. Nas escolas as aulas sobre os temas: História da África e dos africanos, luta dos negros no Brasil, cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, propiciarão o resgate das

contribuições dos povos negros nas áreas social, econômica e política ao longo da história do país.

Um afro abraço.

fontes: Dicionário Kimbundu/Português/ Cronologia do Quilombo dos Palmares
Martins, José de Souza. Divisões Perigosas, p. 99/ Carneiro, Edison. O Quilombo dos Palmares, Editora Civilização Brasileira, 3a ed., Rio, 1966, p. 35/ idem, p. 27 Libby, Douglas Cole e Furtado, Júnia Ferreira. Trabalho livre, trabalho escravo: Brasil e Europa, séculos XVIII e XIX. págs. 321-322. Annablume, 2006 -
Landmann, Jorge. Tróia Negra. Mandarim, 1998 / www.brasilescola.com/..Cornwell, Bernard. O Último Reino. Record, 2006 - Risério, Antonio. A Utopia Brasileira e os Movimentos Negros. [S.l.]: Editora 34 data = 2007. p. 406. , 9788573263855./ Berger, Marc. O Quilombo - Forma de Resistência Histórica dos Escravos. [S.l.]: GRIN Verlag. p. 11../Wikipédia, a enciclopédia livre
.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Uma conversa sobre direitos humanos e o combate homofobia e às desigualdades:

O que é o Preconceito:
Do ponto de vista etimológico, a palavra preconceito significa um prejulgamento, uma maneira de se chegar a uma conclusão antes de qualquer análise. Preconceito, pré+ conceito, o praeconceptu latino, um julgamento prévio, posição irrefletida, preconcebida. Também pode ser entendida como pré + juízo. Em espanhol diz-se perjuicio; em francês, prejugé; em inglês, prejudice.

O preconceito é uma atitude, um fenômeno intergrupal, dirigido a pessoas ou grupo de pessoas, implica uma predisposição negativa, sempre contra alguém, é sempre algo ruim. Também podemos considerar que o preconceito é uma atitude que viola, simultaneamente, no mínimo, três normas básicas: a norma da racionalidade, a da afeição humana e a da justiça. Assim, é muito mais do que um prejulgamento ou simplesmente intolerância.( Bento,1992).

Como ocorre muito preconceito na sociedade em geral?
Acredito que a construção da identidade pessoal e coletiva parto da analise histórica e da visão que cada pessoa tem a partir do lugar que se encontra. Considero que o preconceito étnico-racial esta presente a todos instantes em nossa sociedade e além disso as pessoas (grande parte da população brasileira) não nos deixam que esqueçamos nem por um minuto que somos negras/os.

Vou pontuar alguns fatos que considero fundamentais para compreender o preconceito étnico-racial em nosso país: a escravidão, o tráfico de escravos transatlântico, colonialismo, doutrinas de superioridade racial/ teses européias do racismo cientifico, teorias/ideologias sobre a inferioridade/incapacidade intelectual das pessoas negras. Consideramos esta leitura fundamental para entender as desigualdades atuais e os fatores históricos determinantes utilizados para manter o Brasil como está - a classe dominante e a cultura dominante (racista e sexista) tentam manter a falsa democracia racial no Brasil, (exemplo das dificuldades de compreensão da necessidade das Políticas Públicas Ações Afirmativas para a população negra como no caso das Cotas nas Universidades Públicas que propõe igualdade de oportunidade no ensino superior).

Estereótipos: São imagens construídas com simplificações de comportamentos -, procura-se acentuar semelhanças e diferenças, criando generalizações. Os estereótipos desempenham, algumas vezes, o papel de legitimador ideológico de políticas intergrupais, racionalizando e explicando diferenciações de tratamento. Os brancos explicariam o sistema da escravidão, dizendo que os negros se adaptaram melhor ao regime de exploração.

Os estereótipos têm os seguintes pontos básicos: utilizam-se de generalizações grosseiras para classificar extensos grupos humanos; são aprendidos e ensinados durante a infância; permanecem inalterados e são muitos lentos para mudar; em climas de tensão tornam-se hostis; e acabam sendo nocivos em um clima de tensão e conflito. Diferente do preconceito que é uma atitude, o estereotipo fica mais no campo da percepção.(Programa Nacional de Direitos Humanos -Discriminação:uma questão de Direitos Humano, Brasília-DF, 2000).

Homofobia é o termo utilizado para designar uma espécie de medo irracional diante da homossexualidade ou da pessoa homossexual, colocando este em posição de inferioridade e utilizando-se, muitas vezes, para isso, de violência física e/ou verbal.

A palavra homofobia significa a repulsa ou o preconceito contra a homossexualidade e/ou o homossexual. Esse termo teria sido utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos em meados dos anos 70 e, a partir dos anos 90, teria sido difundido ao redor do mundo. A palavra fobia denomina uma espécie de “medo irracional”, e o fato de ter sido empregada nesse sentido é motivo de discussão ainda entre alguns teóricos com relação ao emprego do termo. Assim, entende-se que não se deve resumir o conceito a esse significado.



Podemos entender a homofobia, assim como as outras formas de preconceito, como uma atitude de colocar a outra pessoa, no caso, o homossexual, na condição de inferioridade, de anormalidade, baseada no domínio da lógica heteronormativa, ou seja, da heterossexualidade como padrão, norma. A homofobia é a expressão do que podemos chamar de hierarquização das sexualidades. Todavia, deve-se compreender a legitimidade da forma homossexual de expressão da sexualidade humana.

O Projeto de Lei da Câmara n.º 122/06 visa criminalizar a discriminação motivada unicamente na orientação sexual ou na identidade de gênero da pessoa discriminada. Se aprovado, irá alterar a Lei de Racismo para incluir tais discriminações no conceito legal de racismo – que abrange, atualmente, a discriminação por cor de pele, etnia, origem nacional ou religião.

A discriminação por orientação sexual é aquela cometida contra homossexuais, bissexuais ou heterossexuais unicamente por conta de sua homossexualidade, bissexualidade ou heterossexualidade, respectivamente. A discriminação por identidade de gênero é aquela cometida contra transexuais e não-transexuais unicamente por conta de serem ou não transexuais (respectivamente).

Discriminação e preconceito não se confundem. Enquanto o preconceito é um arbitrário juízo mental negativo, a discriminação o efetivo tratamento diferenciado de determinada pessoa por razões preconceituosas (arbitrárias). Assim, o PLC 122/06 punirá a discriminação, não o preconceito – lembrando, todavia, que ofender alguém por motivos preconceituosos implica discriminação contra a pessoa ofendida.

Note-se que o substitutivo apresentado pela Senadora Fátima Cleide abarca, ainda, as discriminações por condição de pessoa idosa ou com deficiência, o que abarcará as discriminações pautadas unicamente na idade da pessoa ou no fato de ter alguma deficiência física ou mental.

Por que se fala em Ditadura ‘Gayzista’ e ‘Mordaça Gay’?

Crítica comum ao PLC n.º 122/06 é a de que o mesmo proibiria as pessoas de “criticarem a homossexualidade” (sic) e que implicaria numa “ditadura”, numa “mordaça” àqueles que “não concordam” com o “estilo de vida homossexual”. Contudo, essas colocações se pautam ou em um simplismo acrítico ou em má-fé de seus defensores.

Com efeito, sobre tais temas, o PLC n.º 122/06 se limita a punir a discriminação motivada por orientação sexual ou identidade de gênero. Como visto, discriminar significa tratar de forma diferenciada, ao passo que a discriminação juridicamente proibida é a discriminação arbitrária, entendida como a desprovida de motivação lógico-racional que lhe justifique.

Logo, quem diz que o PLC n.º 122/06 geraria uma “ditadura” tem uma deturpada concepção da vida em sociedade, pois aparenta entender que haveria um pseudo “direito” a discriminar
LGBTs por conta unicamente de sua orientação sexual ou de sua identidade de gênero, o que afronta a mais comezinha de todas as regras de convivência em sociedade, a saber, o dever de tolerância, entendido como o dever de não discriminar, ofender e agredir outrem pelo simples fato de ser diferente do agressor.


Resgate histórico-cultural do racismo nos Brasil: 
Fatores Sócio-culturais/históricas

O significado da Cultura na história:
A palavra deriva do latim colere, cultivar, primitivamente associada à cultura da terra. Seria transporta ao conjunto dos elementos econômicos, sociais, políticos, artísticos, filosóficos, morais, religiosos,
repassado através das tradições, das normas, dos valores através da língua, dos costumes, das artes e hábitos...em que consiste a experiência de uma determinada sociedade, situação histórica ou agrupamento social. Através da cultura, esta experiência mantém-se viva e é transmitida de gerações a gerações. Desta forma seria possível conferir um sentido às próprias atividades desenvolvidas pelos seres humanos, em suas relações de classe, gênero e raça, como também nas relações com o poder, com outras pessoas ou com a natureza. Existe uma cultua dominante quando ela tem por trás de si uma proposta política dominante. Assim como há políticas, e não a política, também em diversas culturas: as culturas africanas, as culturas afro-descendentes, as culturas indígenas, as culturas dos europeus, americanos e a cultura dos brancos, a cultura popular, a cultura nordestina, a cultura cristã.

- Tráfico de escravos transatlântico: Nenhuma linguagem pode descrever adequadamente o que o supremacismo branco fez à humanidade da/do Africano/a durante a era da Europa (1492 a 1900). O processo de migração forçada que foi imposto aos povos africanos não tem paralelo nenhum na história da humanidade. Nada comparável aconteceu a nenhum outro povo. Os europeus, para realizar tamanha atrocidade, tiveram que destruir tribos africanas, promover conflitos entre as tribos e reinos, destruir impérios, culturas e famílias, enfrentar as intempéries marítimas, construir portos, dividir os povos africanos, promovendo durante três séculos o maior genocídio que a história conheceu. Os europeus, convencidos da sua superioridade consideravam os povos africanos uma raça inferior a sua, e, portanto, sujeitos ao tratamento desumano e desigual em relação a outros povos. Afirmamos, nenhum escravo/a foi raptado/a da África, foram capturados e trazidos para Portugal antes das viagens marítimas de Colombo.

- Escravização de africanos/as: No Brasil a escravidão significou a negação do acesso ao saber para uma imensa parcela da população brasileira. Os/As negros/as ex-escravos/as e seus descendentes constituíram a primeira e grande massa de brasileiros/as excluídos/as. Ainda hoje, essa herança nos cobra um alto preço, que pagamos em desigualdade profunda e exclusão social - uma situação que, a todos nós, humilha e envergonha.

Isto sem contar com o racismo, a discriminação racial e o imperialismo, responsáveis pelo estado de miséria atual da África – e o horrendo legado histórico que foi deixado as/aos africanas/os da Diáspora, que vivem no mundo (Américas, Europa e Ásia) sem o direito da cidadania, sendo a sua maioria vivendo em situação de extrema pobreza. Estima-se que dez a cem milhões de africanas/os tenham sido vitimadas/os.

Diáspora Africana.
Conceito cujo objetivo tem sido agregar o conjunto da população de descendentes de africanos/as que não vivem no continente africano.

“A palavra diáspora foi tomada de empréstimo da experiência da comunidade judia com o objetivo de explicar a dispersão ocorrida com estes povos durante os séculos desde Abraão, um dos profetas judeus. Estas comunidades dispersas pelo mundo re-criavam e inventaram tradições como resultante do diálogo entre as diversas culturas envolventes.


Do mesmo modo, o conceito diáspora passou a ser utilizado por religiosos/as e intelectuais ligados às tradições africanas. Assim, também como os judeus, os/as descendentes de africanos/as se espalharam pelo mundo. A diferença é que os/as descendentes de africanos/as o fizeram como resultado da escravidão. Uma vez instalados/as em quaisquer dos continentes, por mais que as tradições fossem represadas ou aniquiladas, os/as descendentes de africanos/as davam início a um processo de criação, invenção e re-criação da memória cultural para preservação dos laços mínimos de identidade, cooperação e solidariedade. Nesta rede de interação, as múltiplas culturas africanas que se espalharam pelo mundo, preservaram marcas visíveis dos traços africanos, sendo que, os mais marcantes manifestam-se na música (através da força do ritmo), na dança (através dos movimentos assimétricos), na culinária e nas curas (sabedoria da fauna e flora tropical). Trata-se de significativo conceito que complementa a idéia de interatividade entre as tradições africanas e as tradições inventadas nas Américas”. (Julio César de Tavares: Diáspora Africana: um conceito antropológico ).
O Mito da Teoria da Democracia Racial: A ideologia do supremacismo branco (europeu) que sustenta que a pessoa branca é a mais “prefeita imagem do ser humano” (homem e mulher), os europeus já se consideravam humanos superiores antes da dominação do continente africano. Produziram doutrinas de superioridade racial e teses européias do racismo cientifico, teorias/ideologias sobre a inferioridade/incapacidade intelectual das pessoas negras ofereceu sustento à construção social destruidora e assassina, como foi o tráfico de africanos/as, a escravização dos povos africanos em conjunto com a sede do poder, da riqueza e o desejo de construir uma civilização sob o fundamento da inferioridade de suas vítimas.

No Brasil, essas teses foram sustentadas pelo Mito da Democracia Racial representado por Nina Rodrigues (médico) e Oliveira Vianna (advogado e historiador); pelo escritor e teórico Gilberto Freyre (famoso livro: Casa Grande e Senzala) e Darcy Ribeiro (dec.30-80), os quais reafirmaram que diferentes raças/etnias viviam de forma harmoniosa e sem conflitos no Brasil, promulgando que todos/as somos iguais em raça, mas diferentes conforme sua classe social, teorias que contribuíram até no final do século 20 com a invisibilidade do racismo estrutural no Brasil.

Conseqüências: Racismo e Discriminação Racial

Discriminação Racial e Racismo – o lugar social distinto para pessoas negras, indígenas e não negras nas deferentes sociedades

Raça é uma definição social, que nada tem a ver com a constituição biológica (marcas físicas ou genéticas). Desde de que o mundo é mundo, aconteceram vários processos de misturas raciais e culturais, que colocam em dúvida a existência de fronteiras entre as várias raças. Cientistas já comprovaram que existe maior variação genética dentro de cada grupo racial do que entre duas raças diferentes. Existe um número muito grande de raças diferentes, e sua classificação tem a ver com traços físicos (basicamente a cor da pele e aparência) determinados pelas elites do colonialismo ocidental e que hoje estão cada vez mais obsoletas.

O que devemos buscar entender é porque razão determinados grupos estão mais expostos a trabalhos mais pesados, que causam mais doenças, moram em bairros periféricos, com menos serviços, não se previnem contra doenças, recebem salário menores, possuem baixa escolaridade ou as vezes nenhuma.

Os Fatores Biológicos: cor da pele - o fenótipo, embora a cor da pele se defina por uma maior ou menor quantidade (molécula de melanina) de substância química responsável pela pigmentação da pele, marca este corpo negro e consolida o preconceito étnico-racial, fundamentando a ideologia racista do braqueamento que define os lugares sociais de poder.

O papel da mídia
O livro Não somos Racistas de Ali Kamel coroa a saga heróica que o diretor executivo do jornalismo da Rede Globo vem empreendendo contra as cotas e demais políticas específicas para negros nos editorias do Jornal O Globo. O acompanham nessa jornada outros veículos de grande porte como o jornal O Estado de São e a Folha de São Paulo que em um de seus editoriais se posicionou contra as cotas “por princípios filosóficos” sem precisar de que filosofia ou princípios tal posicionamento devesse o seu fundamento.

Quando é um diretor executivo do maior veículo de comunicação que tenta estabelecer o “discurso competente” sobre a identidade nacional e suas contradições este ato opera como uma senha perfeitamente compreendida no país em que “quem pode manda e quem juízo obedece”. Na esteira do ativismo racial de Ali Kamel passam a se manifestar em uníssono diferentes vozes, saturando a esfera pública como o seu mantra, uma locução amplamente garantida em sua veiculação pelos principais veículos de comunicação e informação.

O branqueamento:
Os estudos acadêmicos sobre branquitude, no Brasil, estão ainda pouco desenvolvidos para que se possa fazer uma avaliação e sugerir medidas concretas de atuação. Entretanto, as relações raciais brasileiras são demarcadas por uma diferença histórica que pode ser um ponto a favor de uma retomada: a ausência de uma separação formal, no cotidiano de pessoas brancas e negras, não permite ao branco ignorar totalmente a presença negra.

Às últimas experiências vivenciadas no processo da Conferencial mundial contra o racismo, discriminação racial, xenofobia e todas as formas de intolerância, levam-nos a propor que as políticas institucionais nascentes de tratar as diferenças raciais, a discriminação racial e o racismo, podem e devem ser tratadas em todos os âmbitos da vida humana.

Segundo Frankenberg, a branquitude é “um conjunto de dimensões interligadas”, Isto é, um

lugar social de vantagens e privilégios raciais; um lugar “de onde pessoas brancas vêem a si mesmas, aos outros e o mundo”, “refere-se a um conjunto de práticas culturais que são comumente não demarcadas e não nomeadas”( 1994: 1).

Diferente da negritude, que, segundo Helms,autor de (estudos raciais nos EUA 1990, seria um processo em busca de uma entidade racial positiva, a branquitude é entendida aqui como uma construção social que leva a uma neutralidade racial, cujo uso político baseia-se na suposta superioridade de brancos sobre negros. “Procure os seus iguais” – “pessoas de cor” – o branco é neutro?

O branqueamento pode ser considerado como um conjunto de normas, atitudes e valores brancos que a pessoas negras, e/ou seu grupo mais próximo incorporam visando atender à demanda concreta e simbólica de assemelhar-se a um modelo branco, e, a partir dele, construir uma identidade racial positivada.

A “branquitude”, porém, é restrita à identidade racial (ou mais precisamente, à ausência de identidade racial) de brancos relativos ao poder branco, no interior das relações inter-raciais que nascem nos EUA, anos 1959 e 1960 – movimento pelos direitos civis. Superação do racismo branco que impedia o cumprimento das leis de integração racial, especialmente no âmbito escolar.(Piza Edith).
Como também visa identificar a “branquitude” como modo de comportamento social, a partir de uma situação estruturada de poder, baseada na racialidade neutra, não nomeada, percebida como não-constitutiva da identidade do sujeito, mas sustentada pelos privilégios sociais cotidianamente experimentados (Frankenberg –1994).

Discriminação Racial e Racismo – que história é essa?
Será que isso tem a ver com o fator econômico?

O racismo é uma forma de discriminação baseada em preconceitos que diferenciam negativamente grupos minoritários ou vão contra seus interesses. Consideramos uma ideologia que postula a existência de hierarquia entre grupos humanos. Tem a ver com idéias preconcebidas, estereótipos e preconceitos sociais, que nada têm a ver com a realidade, mas sim com crenças e escalas de valores da sociedade.

O racismo que é expresso através da discriminação cria estigmas, associando determinados aspectos do caráter e/ou do comportamento às características como a cor da pele, estatura, tipo de cabelo. É a ação ou emissão de uma conduta que viola direitos das pessoas com base em critérios a partir de uma única ótica sobre a raça, o sexo, a idade, a opção sexual, religiosa e outras.

Exemplos disso são os vários papéis determinados socialmente como: “lugar da mulher é na cozinha”, “cada macaco no seu galho”, “o elevador de serviço”, “em briga de marido e mulher não se mete a colher”, “mulher negra é para fornicar e não pra casar”, “ser pessoa de boa aparência”, “aquela pessoa de cor”, cabelo de bombril” ...

Discriminação Racial: A convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação, promulgada pelas Nações Unidas e ratificada pelo Brasil, África do Sul e Estados Unidos, define a discriminação racial da seguinte forma: ”(...) qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência fundadas na raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por fim ou efeito anular ou comprometer o reconhecimento, o gozo ou o exercício, em igualdade de condições, dos direitos humanos e das liberdades fundamentais nos domínios político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública”.

Essas idéias preconcebidas excluem determinados indivíduos da participação social plena, fazendo com que haja perda da identidade, marginalização e exclusão cidadã.

Consideramos que as teorias e concepções racistas ainda estão presentes no cotidiano de vida das pessoas ocupando espaço em toda sociedade: na família, escola, na comunidade, nas relações de trabalho, principalmente na Educação e contribuem por legitimar o racismo presente no imaginário social e na prática social e escolar.

As desigualdades de gênero, raça e classe
são fatores importantes na definição de uma nova cidadania. Numa sociedade marcada pela exclusão, onde as questões como a desigualdade econômica, a miséria, a fome e a tradição colonialista são fatores que demarcam um conjunto de relações sociais profundamente desiguais, baseado em critérios de exclusão.

Vejamos, somos 169, 5 milhões de brasileiros, dos quais 50,79% são do sexo feminino. Deste percentual, 44% são mulheres negras e pardas. (Ultimo Censo). 60% das famílias chefiadas por mulheres afrodescendentes têm renda inferior a um salário mínimo.

Em 1999 o Brasil foi classificado como um país de desenvolvimento humano mediano na 79º posição, segundo o IDH da PNUD que é um instrumento de avaliação e mensuração das condições materiais de vida dos povos. Quando os indicadores são desagregados por sexo e raça da população afro-descendente no Brasil (FASE) evidenciam-se os impactos do racismo e do sexismo. O IDH relativo a população negra refere-se a 108 posição e a população branca 49º posição

Expectativa de vida que o IDH desagregado por gênero e raça revela para os segmentos da população são respectivamente:
- homem branco 69 anos;
♀ mulheres brancas 71 anos;
- homens negros 62 anos;
♀e mulheres negras 66 anos.
A média de expectativa de vida para o total de brancos é de 70 anos e para o total de negros é de 66,8 anos. Nestes dados observa-se que as mulheres negras, contrariamente aos prognósticos de que a mulher morre mais tarde que o homem, morre mais cedo que o homem branco.

Trata-se de uma roda viva em que, por um lado, a discriminação racial mantém a população negra em atividades profissionais nos setores inferiores; e, por outro lado, não oferece condições reais de diminuir as desigualdades relativas à qualificação profissional entre os/as brancas/os e negros/as. Essa desigualdade é expressa também nas diferenças salariais entre brancos e negros, colocando a mulher negra, dentre o segmento com piores rendimentos.

RENDA: Os dados relativos à renda informam que o PIB per capita
das mulheres negras é de 0,76 SM; homens negros:1,36SM;
mulheres brancas: 1,88 SM , dos homens brancos: 4,74 SM.

A situação de dupla discriminação (de gênero e raça) vivida pela mulher negra, freqüentemente se agrava pela discriminação de sua origem social. É importante analisar sistematicamente as desvantagens das mulheres negras no mercado de trabalho e na sociedade, tanto em comparação com os trabalhadores em geral quanto com as mulheres brancas e os homens negros em particular. As mulheres negras representam quase a metade do total das mulheres economicamente ativas no Brasil e vivenciam uma situação diferenciada (e discriminada) em relação da sua raça-cor de pele. Estão na base da pirâmide das desigualdades sociais, raciais e de gênero, mesmo que alguns indicadores indiquem que as mulheres negras estão com maior tempo de escolaridade que os homens negros.

As desigualdades raciais manifestam-se claramente no perfil educacional de pessoas negras e brancas. A situação de desvantagem dos/das negros/as nesse terreno tem uma influência grandes e muitos outros indicadores de qualidade de vida, nas suas barreiras de entrada ao mercado de trabalho, em particular aos empregos de qualidade e, portanto, nos mecanismos de transmissão da pobreza entre as gerações. Além de viverem em péssimas condições de moradia, sem atendimento a saúde, ao saneamento básico, sem acesso ao lazer, etc.

O que é necessário de ação prática para mudar esse quadro ?
Enfrentar o Racismo, o Sexismo e a Discriminação Racial deve ser um combate sistemático do Estado, da sociedade civil, de cada uma e um de nós e de todas as instituições públicas e
privadas comprometidas com a igualdade de oportunidade e de direitos, com a eqüidade e a democracia, ao combate do racismo e seus efeitos. A pessoa não precisa viver a situação de ser discriminada/o para defender esta causa, mas deve buscar compreender o mal que uma sociedade faz a si própria quando fecha os olhos para a segregação e a exclusão de um determinado grupo ou pessoas e as conseqüências para a humanidade daí a ação prática depende da vontade política de buscar alternativas possíveis, inteligentes e viáveis a partir do lugar onde nós estejamos.


fontes:
· ADESKY, Jacques d’- Pluralismo étnico e multi-culturalismo: racismos e anti-racismos no Brasil-RJ-Palllas,2001.
· BENEDICTO, Ricardo Matheus: Sobre a escravização de africanos (artigo)-Mestre em Filosofia pela PUC/SP.
· BENTO, M.Aparecida Silva. Resgatando a minha bisavó: discriminação racial no trabalho e resistência na
voz dos trabalhadores negros. Dissertação de Mestrão. PUC-SP, 1992.
· CHEIKH, Anta Diop, The African Origin of Civilization Mith or Reality, Laurence &Hil, 1974,cap.1.

sábado, 15 de novembro de 2014

Marcelo D2 - 1967 (Ao Vivo) / Canto de Ossanha

A Lenda de Oxum – Afro-Brasileira...

Tradição iorubá
O axé é a força que assegura a existência dinâmica, que permite o acontecer e o devir. Sem ele a existência estaria paralisada, desprovida de toda possibilidade de realização. Fibra óptica da conexão com a ancestralidade O povo iorubá Todos os diversos grupos
provenientes do Sul e do Centro do Daomé e do Sudoeste da Nigéria, de uma vasta região que se convencionou chamar de YoruBaland, são reconhecidos no Brasil sob o nome genérico de nagô, portadores de uma tradição cuja riqueza deriva das culturas individuais dos diferentes reinos. Os ketu, sabe, oió, egbado, ijesa, ijebu, importaram para o Brasil seus costumes, suas estruturas hierárquicas, seus conceitos filosóficos e estéticos, sua língua, sua música, sua literatura oral e mitológica. Eles trouxeram para o Brasil sua religião - sobretudo da mesma forma que a palavra yorubá na Nigéria, ou a palavra lucumi em Cuba, o termo nagô no Brasil acabou por ser aplicado coletivamente a todos estes grupos vinculados por uma língua comum. Em suas regiões de origem, todos se consideram descendentes de um único progenitor mitológico, oduduwá, emigrantes de um mítico lugar de origem, Ilé Ife. Eles falam yorubá conhecido como eyo, falado no antigo reino de oió. Ainda são conhecidos hoje em dia com o nome de anagó, e existem outros grupos em ifónyin e ilaaró. Os yorubá do Daomé, de onde provém a maior parte dos nagô brasileiros, estão constituídos de populações que se consideram descendentes de Ife, irmanados por um mesmo mito genético. São conhecidos com o nome genérico de nagô, nagonu ou anagonu, pessoa ou povo anagó, nome constituído de anagó + nu, sufixo que, em fon, significa "pessoa". Por extensão, chamam-se anagonu, no Daomé, todos os iniciados e os sacerdotes praticantes da religião que cultua as entidades sobrenaturais de origem nagô.

Cultura popular são as manifestações dos costumes, crenças e atividades artísticas produzidas pelo povo e passadas livremente de geração a geração." A cultura brasileira é muito rica, porque tem a influência de vários povos que contribuíram para a nossa formação, como os portugueses, os indígenas e os africanos. Iremos contar um pouco da força da mitologia e a riqueza cultural da África e de seus povos, destacando contos e lendas sobre
instrumentos musicais de origem africana e lendas dos Orixás, deuses da África.
Para melhor compreensão do que iremos estudar, vamos primeiro tentar entender os gêneros textuais: mito, fábula, conto e lenda. Eles fazem parte da literatura popular, a qual é transmitida oralmente, de geração a geração. Os mitos, histórias, lendas, provérbios e adivinhações fazem parte da literatura popular,que é tão apreciada no mundo inteiro, por diferentes povos. Vamos conhecer esses gêneros:

 Mito - não é o mesmo que fábula, conto de fada ou lenda. Mitos - são narrativas utilizadas pelos povos antigos para explicar fatos da vida real e fenômenos da natureza que não eram compreendidos por eles, a exemplo do Mito da Criação do Mundo (Cosmologia). Os mitos se utilizam de muita simbologia, personagens sobrenaturais, deuses, semi-deuses e heróis para explicar a origem das coisas. Está relacionado com uma dada cultura e/ou religião e procura explicar os principais acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de criaturas sobrenaturais, como: deuses, semi-deuses e heróis. Um dos objetivos do mito, portanto, é explicar pela imaginação e pela fantasia, fatos que a ciência não explica. Todos os povos possuem seus mitos. Alguns assuntos como a criação do mundo, deram origem a vários outros, fazendo com que os vários povos da Terra tenham a sua própria explicação para a origem do mundo.


"Mitologia é o estudo e interpretação do mito e do conjunto de mitos de uma
determinada cultura."

 Exemplos: mitologia grega, mitologia romana, mitologia africana e mitologia egípcia (do Egito - país situado no Norte da África).

Oxum
É deusa das águas doces. É também a deusa do ouro, da fecundidade, do jogo de búzios e do amor. Veste amarelo, dourado, rosa e azul claro. Seu fio de contas é feito de contas de vidro amarelo claro ou escuro ou de louça amarelo claro, dependendo da qualidade.

Dança com um espelho-leque na mão, o Abebê, e pode usar espada, quando é de qualidade guerreira. É a segunda (e a mais amada) esposa de Xangô. Seu dia é sábado. Saudamo-la assim: Ora Ieiê Ô!



Lenda: Oxum queria saber o segredo do jogo de búzios que pertencia a Exu e este não queria lhe revelar. Ela então procura na floresta as feiticeiras, chamadas YAMI OXORONGÁ. As feiticeiras perguntam a Oxum o que faz ali e ela lhes pede como enganar a Exu e conseguir o segredo do jogo de búzios. As feiticeiras a muito querendo pregar uma peça a Exu, ensinaram toda a sorte de magias a Oxum, mas exigiram que ela lhes fizesse uma oferenda a cada feitiço realizado. Oxum concordou e foi procurar Exu.

Ao chegar perto do reino de Exu, este desconfiado perguntou-lhe o que queria por ali, que ela deveria embora e que ele não a ensinaria nada. Ela então o desafia a descobrir o que tem entre os dedos. Exu se abaixa para ver melhor e ela sopra sobre seus olhos um pó mágico

que ao cair nos olhos de Exu o cega e arde muito. Exu gritava de dor e dizia;

- Eu não enxergo nada, cadê meus búzios?

- Oxum fingindo preocupação, respondia:


- Búzios? Quantos são eles?

- Dezesseis, respondeu Exu, esfregando os olhos.

- Ah! Achei um, é grande!

- É Okanran, me dê ele.

- Achei outro, é menorzinho!

- É Eta-Ogundá, passa pra cá…


"E assim foi até que ela soube todos os segredos do jogo de búzios, Ifá o Orixá da adivinhação, pela coragem e inteligência da Oxum, resolveu-lhe dar também o poder do jogo e dividí-lo com Exu".

Um afro abraço.

fonte: unegro - povos tradicionais
CACCIATORE, Olga Gudolle. Dicionário de cultos afro-brasileiros. Rio de Janeiro:Forense Universitária, 1977/LOPES, Nei. Dicionário Escolar Afro-Brasileiro. São Paulo: Selo Negro, 2006/PRANDI, Reginaldo. Mitologia dos orixás. São Paulo: Companhia das Letras, 2000
Contos e lendas afro-brasileiros – a criação do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2007

domingo, 9 de novembro de 2014

A Cia. É Tudo Cena levando + Arte a Marica...

A Cia. É Tudo Cena! trabalha no Estado do Rio de Janeiro, desde 1996, difundindo a história e mitos da ancestralidade africana, de personalidades negras brasileiras. Tendo em seu currículo quatro principais espetáculos: “A Morte de Bessie Smith”, de Edward Albee; “A Mitologia dos Deuses Africanos – Orixás”, de Luiz Motta; “Uma Rede Para Iemanjá”, de Antônio Callado e “O Beijo da Mulher Aranha”, de Manuel Puig. 

Histórico:
A Cia. de Teatro É Tudo Cena! tem a finalidade de pesquisar, resgatar, valorizar e promover a cultura afrobrasileira, e através das artes cênicas retratar a riqueza e a contribuição da cultura afrobrasileira na sociedade contemporânea. Num país em que tem a maior número de negros fora do Continente Africano, ainda hoje nos deparamos com os desafios de promover políticas culturais e sociais afirmativas e inclusivas visando a integração e reafirmação de nossa identidade afrobrasileira. É importante estabelecer meios para que o teatro brasileiro seja capaz de evidenciar o negro na sociedade, assumindo e ocupando lugar de destaque na construção e garantia de crescimento pessoal, intelectual e profissional.

Cia. de Teatro É Tudo Cena! Sempre trabalhando com dezenas de atores maioria negro@s e técnicos, em seus diversos espetáculos. O que trouxe uma grande experiência na formação destes, sempre pautados pela proposta que acompanha a “Cia” desde sua fundação, que é a priorização de trabalhar com profissionais afrobrasileiros.
Por que essa priorização? Simples! Primeiro porque a dificuldade de absorção dos profissionais negros pelo mercado de trabalho é maior e segundo de apresentar a outros grupos alternativas para solução de suas dificuldades de produção.

A mais de 15 anos a Cia. É Tudo Cena! Trabalhou duro, fazendo das leituras dramatizadas de textos nacionais e internacionais com protagonistas negros desconhecidos do grande público, momentos de forte emoção e aproximação cada vez maior entre as pessoas,

também foram marcantes as montagens dos espetáculos, as oficinas de teatro e os fóruns de discussão para propostas de políticas públicas para as artes cênicas. A busca pela oportunidade de trabalhar com a autoestima da comunidade negra é uma decisão sem volta, pois só entende a sua grandeza quem conhece a sua história.

Oportunidade Imperdível!
A partir de novembro a Cia. É Tudo Cena! ocupará o CEU das Artes de Maricá (Centro de Artes e Esportes Unificado), inaugurado em maio, com uma programação que valoriza a cultura do município voltada para todas as idades. Intitulado "A cena brasileira na cultura de Maricá", a ocupação cultural conta com 7 exposições (indumentária e objetos de povos tradicionais de matriz africana, quadros de óleo sobre tela e de pintura contemporânea dos títulos de filmes, fotografias de beleza negra e de tatuagem, cestaria de taboa e sino dos ventos), exibição de filmes para adultos e crianças (40 sessões ao todo), contação de história para crianças, lançamento de 6 livros, 10 apresentações musicais, 22 de peças teatrais e diversas oficinas. 

Se liga:
As inscrições para as oficinas começam nesta segunda, 27, das 10h às 16h, e serão realizadas em três horários (9h às 12h, 14h às 16h30 e 18h às 22h), com 20 vagas cada e a

faixa etária varia de acordo com a atividade. Serão disponibilizadas 14 oficinas: teatro infantil, teatro negro, perna-de-pau, capoeira, percussão de instrumento e corporal, balé clássico, pintura com óleo sobre tela, pintura contemporânea, tatuagem de hena, beleza afro-brasileira, contação de história, arte de brincar sobre os vídeos infantis, cestaria de taboa e sinos dos ventos.

- A Cia. É Tudo Cena! trabalha no Estado do Rio de Janeiro,  difundindo a história e mitos da ancestralidade africana, de personalidades negras brasileiras e  temática do cotidiano da população negra.

Um afro abraço.

Aduni Benton
Diretora Artística da Cia. É Tudo Cena!
Diretora Estadual de Cultura da UNEGRO/RJ
Conselheira de Honra do CEDINE/RJ

fonte: Cia tudo É Cena e UNEGRO CULTURA

Escravidão : Uma chaga ainda ainda existente na era moderna...

Escravidão moderna é uma expressão genérica ou coletiva para aquelas relações de
trabalho, particularmente na história moderna ou contemporânea, na qual pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra sua vontade, sob a ameaça de indigência, detenção, violência e inclusive morte. Muitas dessas formas de trabalho podem ser acobertadas pela expressão trabalhos forçados, embora quase sempre impliquem o uso de violência. A escravidão moderna inclui todas as formas de escravidão (embora a servidão seja tecnicamente uma forma de escravidão moderna, o termo "servo" é usado geralmente apenas em relação a sociedades pré-modernas, sob sistemas políticos feudais).
A forma arquetípica e melhor conhecida de trabalho escravo é a escravidão como propriedade, na qual trabalhadores são legalmente considerados como patrimônio por toda sua vida, podendo ser comprados, vendidos ou trocados por seus proprietários, sem nunca, ou raramente, receberem qualquer benefício pessoal por seu trabalho. A escravidão era comum em muitas sociedades antigas, incluindo Grécia antiga, Roma antiga, Israel antigo e China antiga, bem como muitas sociedades na África e nas Américas. Ser vendido como escravo era um destino comum para populações conquistadas em guerras. Talvez o exemplo mais proeminente da escravidão como propriedade seja a escravização de vários milhões de negros da África, bem como seu transporte forçado para as Américas, Ásia ou Europa, onde sua condição de escravos era geralmente herdada por seus descendentes.

Embora a escravidão no Brasil tenha sido oficialmente extinta em 13 de maio de 1888, em 1995 o governo brasileiro reconheceu a existência de condições de trabalho análogas à escravidão no território nacional. Entre 1995 e 2005, 18 mil trabalhadores foram libertados por ações conjuntas do Ministério do Trabalho e Emprego e das polícias estaduais e federal.


Pagamento por trabalhos forçados...
Se há algum tipo de pagamento, ele assume alguma das seguintes formas: não ultrapassa o nível de subsistência ou fica pouco acima deste; é remunerado com bens, que geralmente não são desejados e/ou que não podem ser trocados ou que são difíceis de serem trocados por outra coisa; ou o pagamento consiste, total ou em sua maior parte, na quitação de um débito ou obrigação criado sob coação, ou que pertence a uma outra pessoa. O trabalho em

condições semelhantes às de escravidão é instituído mais facilmente junto a trabalhadores migrantes (bóias-frias no Brasil), os quais viajam (ou são levados) para locais distantes da terra natal, muitas vezes de difícil acesso. O distanciamento evidencia as características físicas, étnicas ou culturais que os diferenciam da população em geral da região, e quase sempre dificulta ou torna pouco provável que consigam despertar o interesse das autoridades locais para as condições degradantes de trabalho em que vivem.

De acordo com a teoria do valor-trabalho (conforme usada pelos economistas clássicos), sob o capitalismo, os trabalhadores nunca conservam toda a riqueza que produzem, visto que parte dela constitui o lucro dos capitalistas. Por outro lado, de acordo com a teoria subjetiva do valor (conforme usada pelos economistas neoclássicos), os salários oferecidos representam necessariamente a riqueza marginal gerada pelo trabalho, e qualquer lucro (ou perda) é fruto de outros insumos fornecidos, tais como arbitragem, valor temporário do dinheiro, ou risco. Alguns defensores de certas teorias da justiça distributiva alegam que qualquer ocasião na qual um trabalhador é capaz de recusar um emprego e procurar ocupação em outra parte é "trabalho voluntário"

O termo escravidão (ou a expressão condições de trabalho análogas à escravidão) é frequentemente aplicado a situações que não atendem as definições acima, mas que se constituem em formas estreitamente associadas de trabalho escravo, tais como escravidão por dívida ou servidão por dívida (embora nem todas as quitações de débitos através de

trabalho constituam-se em trabalho escravo), ou o trabalho de aborígenes na Austrália setentrional em stations (estâncias) de ovelhas ou gado, de meados do século XIX a meados do século XX. Neste último caso, os trabalhadores raramente ou nunca eram pagos, e estavam sujeitos a restrições e/ou intervenção da polícia nas regiões em torno de seus locais de trabalho.

No Japão de fins do século XVI, o "trabalho escravo" ou escravidão já havia sido oficialmente banido; mas formas de contratos de relação persistiam, juntamente com formas de trabalhos forçados impostos pelo código penal da época. Pouco depois, no período Edo, as leis penais prescreviam "trabalho não-voluntário" para os parentes próximos de criminosos executados no Artigo 17 do Gotoke reijo ("Leis da Casa Tokugawa"), mas sua prática nunca tornou-se comum. O Gotoke reijo de 1711 foi compilado com base em mais de 600 estatutos promulgados entre 1597 e 1696.

De acordo com Kevin Bales, em Disposable People: New Slavery in the Global Economy (1999), ainda existem cerca de 27 milhões de escravos em todo o mundo...

Escravidão contratual...
Uma forma mais comum na sociedade moderna é a da escravidão contratual ou por empreitada, na qual os trabalhadores assinam contratos para trabalhar por um período específico de tempo, no qual são pagos apenas com acomodações e alimento, ou isso mais o acréscimo de benefícios limitados, tais como a quitação de um débito, ou dos custos de

transporte para uma determinada região ou país (a escravidão por dívida, conhecida no Brasil também como sistema de barracão ou de cantina, é uma forma bem conhecida de escravidão contratual). Em alguns casos, os trabalhadores contratados recebem pequenos pagamentos em dinheiro ou outros benefícios. O trabalho por empreitada ainda é comum em países emergentes e foi talvez a forma de trabalho predominante formal e oficial nas antigas sociedades coloniais, durante os séculos XVII e XVIII. Todavia, deve ser ressaltado que a contratação por empreitada é frequentemente apenas uma categoria legal formal, e na prática, os empreiteiros descobrem que é difícil ou impossível coagir trabalhadores contratados, a manos que a letra da lei seja reforçada pelos sistemas de imposição da lei, ameaças feitas por organizações criminosas que abastecem o mercado de trabalhadores clandestinos (geralmente, estrangeiros ilegais), e/ou pela plena aceitação por parte dos trabalhadores, como prática tradicional. Existem algumas formas de trabalho contratual tradicional, tais como o sistema Chukri na Índia e Bangladesh, que são ilegais, ainda que, não obstante, estejam amplamente em uso.

Trabalho prisional forçado..
.
Trabalho efetuado por condenados ou prisioneiros é outra forma clássica de trabalho escravo. O trabalho forçado de condenados têm frequentemente sido alvo de antipatia, por conta do estigma social vinculado a pessoas consideradas "criminosos comuns". Em alguns países e períodos históricos, todavia, o trabalho prisional tem sido imposto a pessoas vítimas de

preconceitos, condenadas por crimes políticos, crimes contra o patrimônio ou pessoas que furtaram ou cometeram outras transgressões movidas pela fome ou pela total falta de meios de subsistência ("furto/roubo famélico"). As colônias britânicas na Austrália, entre 1788 e 1868, são provavelmente os melhores exemplos de trabalho prisional forçado, conforme descrito acima: durante este período, a Austrália recebeu milhares de trabalhadores forçados, muitos dos quais haviam recebido penas severas por infrações menores na Grã-Bretanha ou Irlanda.
Campos de trabalho
Prisioneiros trabalham na construção do Canal Mar Branco-Báltico, 1931-1933

Outro exemplo historicamente significativo de trabalhos forçados é o dos presos políticos, pessoas de países ocupados ou conquistados, membros de minorias perseguidas e prisioneiros de guerra, especialmente durante o século XX. Os exemplos mais conhecidos são o sistema de campos de concentração operado pela Alemanha Nazista na Europa durante a II Guerra Mundial, os campos Gulag daUnião Soviética, e o trabalho forçado usado pelos militares doImpério do Japão, especialmente durante a Guerra do Pacífico (tal como a Ferrovia da Birmânia ou "Ferrovia da Morte"). Bem menos conhecido foi o emprego de cerca de 4.000.000 de prisioneiros de guerra alemães usados como "trabalho de compensação" pelos Aliados por vários anos após a rendição dos nazistas. O Laogai ("reforma pelo trabalho") chinês é um exemplo moderno.

Cerca de 12 milhões de trabalhdores forçados, a maioria dos quais OST-Arbeiter e poloneses, foram utilizados na economia de guerra da Alemanha Nazista. Mais de 2000 empresas alemãs lucraram com o trabalho escravo durante o período nazista, incluindo DaimlerChrysler, Deutsche Bank, Siemens, Volkswagen, Hoechst, Dresdner Bank, Krupp, Allianz,BASF, Bayer, BMW e Degussa.
Na Ásia, de acordo com um estudo conjunto de historiadores encabeçados por Zhifen Ju, Mark Peattie, Toru Kubo e Mitsuyoshi Himeta, mais de 10 milhões de chineses foram mobilizados pelo Exército Imperial Japonês e escravizados peloKoa-in para trabalhos forçados em Manchukuo e no norte da China.A Biblioteca do Congresso dos EUA calcula que em Java, entre 4 e 10 milhões de romusha (em em português: "trabalhador braçal"), foram forçados a trabalhar pelos militares japoneses. Cerca de 270.000 destes trabalhadores javaneses foram enviadas para outras áreas do domínio japonês noSudeste da Ásia. Somente 52.000 foram repatriados para Java, o que significa um índice de mortalidade de 80%.De acordo com Mitsuyoshi Himeta, pelo menos 2,7 milhões morreram durante o Sanko Sakusen implementado em Heipei eShandong pelo general Yasuji Okamura.

Sistema de barracão...
O sistema de barracão ou sistema de cantina, no sentido específico em que é empregado pelos historiadores, refere-se a uma forma de pagamento impopular e exploradora quase sempre associada à comunidades pequenas e isoladas, na qual trabalhadores ou pequenos produtores autônomos são pagos ou com bens (uma forma de pagamento conhecida como pagamento em mercadoria), ou; cadernetas, vales ou crédito direto que só podem ser usados num "barracão" ou "cantina" de propriedade do empregador. No Brasil, este sistema foi amplamente utilizado na Amazônia durante o Ciclo da Borracha, como forma de manter os seringueiros permanentemente endividados.

Tem sido sugerido que os empregadores usam tais sistemas para explorar os trabalhadores e/ou fazer com que se endividem. Isto pode ocorrer, por exemplo, se os patrões pagarem seus trabalhadores com bens que possuam um valor de mercado abaixo do nível de subsistência, ou venderem itens com preços inflacionados. Outros argumentam que o "sistema de barracão", ao menos em alguns casos, pode ser uma forma conveniente de permuta para comunidades isoladas, quando a moeda oficial é escassa.

No início do século XX, o sistema de barracão passou a ser visto nos países industrializados como uma exploração do trabalhador; talvez o exemplo mais conhecido desse ponto de vista seja uma popular canção estadunidense de 1947, "Sixteen Tons" (no Brasil, criou-se a versão "16 toneladas", cuja letra não reflete absolutamente nada do drama original). Muitos países possuem legislações que colocaram o "sistema de barracão" fora da lei e exigem o pagamento dos salários em dinheiro.
No Brasil

No Brasil, as relações de trabalho no campo foram estabelecidas pela Lei nº 5.889 de 8 de junho de 1973. Antes disso, desde 1 de junho de 1966, o governo brasileiro já havia promulgado a Convenção sôbre Escravatura de 1926 e aConvenção Suplementar sôbre a Abolição da Escravatura de 1956, através do Decreto nº 58.563.

O artigo 149 do Código Penal Brasileiro já tipificava desde o início do século XX a "redução à condição análoga à de escravo". Todavia, o artigo dava margem a interpretações diversas, havendo juristas que entendiam que só era aplicável nos casos em que a vítima de facto era transformada em escravo. Com a Lei 10.803/2003, tal dúvida deixou de existir, visto que foi definido de forma clara o que significa em termos práticos a "condição análoga à de escravo"

Conscrição...
Alguns governos possuem serviço militar obrigatório. Embora às vezes haja pagamento, os conscritos não tem liberdade para recusar o alistamento e aqueles que arranjam desculpas para não servir ou desertam, podem sofrer punições extremamente duras. Mesmo em países que proíbem outras formas de trabalho escravo, a conscrição é geralmente justificada como sendo necessária ao interesse nacional.

Tráfico de pessoas...
Tráfico de pessoas é uma expressão que define o recrutamento, guarida, compra e transporte de pessoas através do uso da força, fraude ou coação, com o objetivo de sujeitá-las a atos não-voluntários, tais como os relacionados à exploração sexual comercial (incluindo prostituição) ou trabalho forçado.

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) estima que pelo menos 12,3 milhões de

pessoas sejam vítimas de trabalhos forçados em todo o mundo. Dentre essas, 9,8 milhões são exploradas por agentes privados e mais de 2,4 são vítimas do tráfico de pessoas. Outras 2,5 milhões são forçadas ao trabalho, por grupos militares rebeldes ou pelos governos de diferentes países.

Segundo o Programa de Ação Especial de Combate ao Trabalho Forçado (Special Action Programme to Combat Forced Labour, SAP-FL), os lucros gerados por esse tipo de escravidão moderna são estimados em 44,3 bilhões de dólares por ano. Cerca de 70% desse valor, isto é, USD 31.6 bilhões são provenientes da exploração de vítimas do tráfico de pessoas. Pelo menos metade dessa cifra - mais de USD 15 bilhões - é gerada nos países desenvolvidos

"Então gente fiquem atentos por isso não e coisa de movimento negro muito embora ajá diversos acordos e tratados internacionais que abordam a questão do trabalho escravo, como as convenções internacionais de 1926 e a de 1956, que proíbem a servidão por dívida. No Brasil, foi somente em 1966 que essas convenções entraram em vigor e foram incorporadas à legislação nacional. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) trata do tema nas convenções número 29, de 1930, e 105, de 1957. Há também a declaração de Princípios e Direitos Fundamentais do Trabalho e seu Seguimento, de 1998; se liga..."
O material jornalístico produzido pelo Estadão é protegido por lei. Para compartilhar este conteúdo, utilize o link:http://www.estadao.com.br/noticias/geral,brasil-ocupa-94-lugar-em-ranking-de-escravidao-moderna,1086506

- O Brasil ocupa a 94ª posição como maior prevalência da escravidão moderna entre a população em uma lista de 162 países elaborada para o primeiro índice de escravidão Global
da Fundação Walk Free  levando em consideração:casamento infantil e trafico de pessoas no Brasil e fora...

Um afro abraço.

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fonte:Wikipédia, a enciclopédia livre.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

O Império do Mali:Hajj Mansa Musa...

Hoje Mali é um dos países mais pobres do mundo. Infelizmente não é dada a importância devida a sua história, afinal, tem um passado ilustre porque foi um dos reinos mais
importantes e poderosos da África.
Os três reinos mais importantes nessa região foram Gana, Mali e Songhai.
Mansas é como eram chamados os reis do Mali.
O reino do Mali surgiu ao redor da cidade de Timbuktu, fundada por volta do ano 1100. A cidade nasceu como ponto de apoio e abastecimento das caravanas que traziam sal das minas do Deserto do Saara. O sal era trocado por ouro e escravos, trazidos pelo Rio Níger.

O primeiro dos grandes impérios foi o de Gana, que controlava as rotas das caravanas que transportavam o ouro e o sal além de outras mercadorias preciosas. O reino de Gana caiu ante as invasões dos muçulmanos almorávidas e logo foi dominado pelo império mandinqué do Mali. Muito do que sabemos sobre o Reino de Mali se deve aos griots, que eram os contadores de histórias. Eles percorriam as savanas transmitindo ao povo os acontecimentos de sua história.

O Império do Mali
Os fundados do Antigo Mali teriam sido caçadores reunidos em confrarias ligadas pelos mesmos ritos e celebrações da religião tradicional. O fervor com que praticavam a religião de seus ancestrais veio até bem depois do advento do Islã. Conquistando o que restara do Antigo Gana, em 1240, Sundiata Keita, expandiu seu império, que já era oficialmente muçulmano desde o século anterior. E, o Mali se torna legendário, principalmente sob o mansa (rei) Kanku Mussá, que, em 1324, empreendeu a peregrinação a Meca com a intenção evidente de maravilhar os soberanos árabes.
O Antigo Império Gana teve seu apogeu entre os anos 700 e 1200 d.C. Acredita-se que o florescimento desse império remonte ao século IV. Fundado por povos berberes, segundo uns, e por outros, por negros mandeus, mandês ou mandingas, do grupo soninkê. O antigo nome desse império era Uagadu, que ocupava uma área tão vasta quanto à da moderna Nigéria e, incluía os territórios que hoje constituem o Mali ocidental e o sudeste da Mauritânia. Kumbi Saleh foi uma das suas últimas capitais. Segundo relatos históricos, o Antigo Império de Gana era tão rico em ouro, que seu imperador, adepto da religião tradicional africana, tal como seus súditos, eram denominados “o senhor de ouro”. Com a concorrência de outras potências no comércio do ouro, o Antigo Império Gana começou a declinar. Até que, por volta de 1076 d.C., em nome de uma fé islâmica ortodoxa, os berberes da dinastia dos

almorávidas, vindos do Magrebe, atacam e conquista Kumbi Saleh, capital do Império de Gana.
No século XVI chegou a ser o mais importante entreposto comercial do império, mas os mesmos factores que causaram a decadência da «cidade irmã» – o comércio marítimo dos portugueses, a ocupação marroquina e, depois, francesa – acabaram por torná-la num insignificante centro agrícola dotado de magníficos exemplares de arquitectura islâmica.
Djenné foi igualmente um importante centro de peregrinação e cultura, atraindo peregrinos e estudantes de toda a África ocidental. Durante muito tempo foi uma verdadeira escola de juristas. Os seus monumentos, entre os quais se destaca uma Grande Mesquita que remonta ao século XIII, recorrem ao mesmo tipo de material e técnicas construtivas que os de Tombuctu. O que dá origem a problemas de conservação muito semelhantes.

Musa I (fl. c. 1312 - c. 1337), comumente referido como Mansa Musa, foi o décimo mansa, que se traduz como "rei dos reis" ou "imperador", do Império Mali. No momento da ascensão de Mansa Musa ao trono, o Império Mali consistia nos territórios anteriormente pertencentes aoImpério Gana e Melle (Mali) e áreas circundantes, Musa obteve muitos títulos, incluindo Emir do Melle, Senhor das Minas de Wangara , e conquistador de Ghanata, Futa-Jallon, e pelo menos outra dúzia de estados. Ele foi reconhecido como o homem mais rico da História.

Musa foi referido por uma grande variedade de nomes alternativos, e é mais comumente encontrado como Mansa Musa em manuscritos ocidentais e na literatura. Seu nome também aparece como Kankou Musa, Mansa Kankan Musa ou Kanku que significa "Musa, filho de Kaku", onde Kakou é o nome de sua mãe. Outras alternativas continuam como Kankan Musa Mali-koy, Musa Gonga e o Leão do Mali.


Linhagem e ascensão ao trono
O que se sabe sobre os reis do Império do Mali é contado a partir dos escritos de estudiosos árabes, incluindo Al-Umari, Abu Uthman-Sa'id ad-Dukkali, Ibn Khaldun, e Ibn Battuta. Segundo a história abrangente Ibn-Khaldun dos reis do Mali, o avô de Mansa Musa foi Abu-Bakr (o equivalente árabe para Bakari ou Bugari), um irmão de Sundiata Keïta, o fundador do Mali Império como registrado Mansa Musa chegou ao trono através de uma prática de nomear um vice-rei enquanto o rei se encontra em peregrinação a Meca ou algum outro 'empreendimento', e mais tarde é nomeado como herdeiro legítimo. De acordo com fontes primárias, o rei anterior, embarcou em uma expedição para explorar os limites do oceano Atlântico, e nunca mais voltou. O estudioso árabe-egípcio Al-Umari cita Mansa Musa da seguinte forma:

O governante que me precedeu não acreditava que era impossível alcançar a extremidade do oceano que circunda a Terra (ou seja, o Atlântico). Ele queria chegar a esse (final) e estava determinado a prosseguir o seu plano. Assim, ele equipou 200 barcos cheios de homens, e

muitos outros cheios de água, ouro e provisões suficientes para vários anos. Ele ordenou ao capitão não voltar até que eles chegassem do outro lado do oceano, ou até que ele tivesse esgotado as disposições e água. Então eles partiram em sua jornada. Eles estavam a deriva por um longo período, e, por fim apenas um barco retornou. Quando questionado o capitão respondeu: 'O Príncipe, navegamos por um longo período, até que vimos no meio do oceano um grande rio que flui de forma maciça. Meu barco foi o último, outros foram antes de mim, e eles foram afogados num grande redemnoinho e nunca mais sairam de novo. Eu naveguei de volta para escapar da corrente. " Mas o sultão não iria acreditar nele. Ele ordenou que dois mil barcos de estar preparados para ele e seus homens, e mais mil para a água e provisões. Em seguida, ele conferiu a regência de mim para o termo da sua ausência, e partiu com seus homens, para nunca mais voltar, nem para dar um sinal de vida.

Mansa Musa-Peregrinação a Meca
Musa fez a sua peregrinação em 1324, relatou que sua procissão incluia 60.000 homens, 12.000 escravos, todos vestidos de seda que traziam vasos com ouro, cavalos e sacos. Musa forneceu todas as necessidades para a procissão, alimentando toda a companhia de homens e animais. Também haviam 80 camelos, que carregavam entre 50 e 300 quilos de pó de ouro cada. Musa não só deu para as cidades que passava a caminho de Meca, incluindo o Cairo e Medina, mas também negociou ouro por lembranças. Além disso, foi registrado que ele construiu uma mesquita da sexta-feira todos os dias.

Jornada de Musa foi documentada por diversas testemunhas oculares ao longo de sua rota, que estavam no temor de sua riqueza e procissão extenso, e existem registros de várias fontes, incluindo jornais, relatos orais e histórias. Musa é conhecido por ter visitado com o sultão mameluco Al-Nasir Muhammad do Egito, em julho de 1324.

Sua Hajj é uma das mais lembradas da História, durante o qual ele parou no Egito e deu tanto ouro que a economia egípcia foi arruinada por 20 anos. Mansa Musa foi o neto de Sundiata Keïta, que foi o fundador do Império de Mali. O seu reinado de 25 anos (1312-1337 dC) é descrito como "a idade de ouro do império de Mali" (Levztion 66). Enquanto Sundiata focou na construção de um império Malinka, Mansa Musa desenvolveu sua prática islâmica. Ele realizou sua Hajj em 1324. De acordo com Levztion, a viagem por toda a África a Meca levou mais de um ano. Mansa Musa viajou ao longo do Rio Níger a Mema, em seguida, para Walata, em seguida, através Taghaza e sobre a Tuat, que foi um centro de comércio na África central. Tuat atraiu comerciantes de tão longe como Majorca e Egito e seus moradores incluídos os judeus, assim como os muçulmanos.

Quando ele chegou no Egito, Mansa Musa acampou perto das Pirâmides por três dias. Ele, então, enviou um presente de 50.000 dinares ao sultão do Egito, no Cairo, antes de se decidir por três meses. O sultão lhe emprestou seu palácio para o verão e se certificou de que sua comitiva fosse muito bem tratada. Mansa Musa deu milhares de dinares de ouro, e os

comerciantes egípcios aproveitaram cobrando cinco vezes o preço normal pelos seus bens. O valor do ouro no Egito diminuiu para menos de 25 por cento. Até o momento Mansa Musa retornou ao Cairo a partir de Hajj, no entanto, tinha acabado de dinheiro e teve que pedir emprestado aos mercadores locais egípcios.

Enquanto Mansa Musa foi devoto, ele não era um asceta. Seu poder imperial foi amplamente respeitado, e ele era temido por toda a África. Ibn Battuta relatou que Musa esperou a etiqueta tradicional de reverência a serem executadas para ele, como para qualquer outro rei. Estes incluíram uma demonstração de submissão perante o rei. Pessoas que saudaram tiveram de se ajoelhar e mesmo no Cairo, Mansa Musa foi saudado por seus súditos da maneira tradicional. "Ninguém foi autorizado a aparencer em presença do rei com suas sandálias. Ninguém foi autorizado a espirrar na presença do rei, e quando o próprio rei espirrou, os presentes batem em seus peitos com as mãos "(Levtzion, 108).

Outro costume era que o rei nunca daria ordens pessoalmente. Ele passava instruções a um porta-voz, que então transmitia suas palavras. Ele nunca escreveu nada de si mesmo e pediu a seus escribas para montar um livro, que ele então enviou para o sultão do Egito. No entanto, Mansa Musa teve que enfrentar o seu próprio teste de humildade, porque era necessário, ao cumprimentar o sultão, para beijar o chão. Este foi um ato que Mansa Musa não conseguia executar. Ibn Fadl Allah Al-Umari, que passou um tempo com Musa, no Egito, relata que Musa tinha feito muitas desculpas antes que ele pudesse ser convencido a entrar na quadra do sultão. No final, ele fez um compromisso, anunciando que se ele tivesse de prostrar-se ao entrar no tribunal, seria apenas perante Deus, e isso ele fez.

Mansa Musa ficou em uma longa tradição de reis do Oeste Africano que tinham feito a peregrinação a Meca e, como seus antecessores, ele viajou em grande estilo. Ibn Battuta registrou a exibição de riqueza, que incluiu uma grande presença de guarda-costas, dignitários, cavalos selados, e bandeiras coloridas. Ele viajou com sua esposa sênior, Inari Kunate, que trouxe com ela 500 servas. A mulher mais velha também foi respeitada e temida, e governantes de diferentes cidades prestaram suas homenagens a ela. No entanto, Ibn Battuta registrado que no tribunal Mansa Musa, a Shariah foi bastante informal, praticado em matéria de casamento. Ele registra que Ibn Amir Hajib, um membro da corte mameluco, observou como Mansa Musa rigorosamente observou a oração do Alcorão, mas manteve "o costume de que, se um de seus súditos tivesse uma linda filha, ele a levou para o cama do rei sem casamento. "Ibn Amir Hajib informou a Mansa Musa que isso não era permitido sob a lei islâmica, à qual Mansa Musa respondeu:" Nem mesmo aos reis? "Ibn Amir Hajib disse:" Nem mesmo aos reis. "Doravante Mansa Musa absteve-se a partir da prática.

Hajj Mansa Musa teve um impacto significativo no desenvolvimento do Islam no Mali e na percepção do Mali em toda a África e na Europa. Mais tarde, foi acompanhada de volta para Mali por um arquiteto de Al-Andalus, que foi pago para construir uma mesquita em Timbuktu. Ele também convidou a Mali quatro descendentes do Profeta, para que o país de Mali fosse "abençoado por suas pegadas." De acordo com Levtzion, peregrinação Mansa Musa é registrada em várias fontes, tanto muçulmanos e não-muçulmanos e de ambos na África Ocidental e do Egito. Mali também apareceu nos mapas dos judeus e cristãos na Europa. Em Mali, Musa é conhecido pela construção de mesquitas e convite de estudiosos islâmicos de todo o mundo muçulmano em seu império (Levtzion 213).

Influência em Timbuktu
Está registrado que Mansa Musa percorreu as cidades de Timbuktu e Gao em sua peregrinação para Meca, e fez-lhes parte de seu império quando ele retornou em torno de 1325. Ele trouxe arquitetos a partir de Andalusia, uma região na Espanha, e no Cairo para construir seu grande palácio em Timbuktu e a grande Mesquita Djinguereber que existem ainda hoje.

Timbuktu logo se tornou um centro de comércio, cultura e islamismo; mercados trouxeram comerciantes da Nigéria, Egito e outros reinos africanos, uma universidade foi fundada na cidade (bem como nas cidades do Mali em Djenné e Ségou), e o Islã se espalhou através dos mercados e da universidade, fazendo Timbuktu uma nova área para bolsa de estudos islâmica Notícias da riqueza da cidade do Império Mali, viajaram por todo o Mediterrâneo ao sul da Europa, onde os comerciantes a partir de Veneza, Granada, e Gênova logo acrescentaram Timbuktu aos seus mapas para o comércio de bens manufaturados por ouro .

A Universidade de Sankore em Timbuktu foi recomposta sob o reinado de Musa, com juristas,

os astrônomos e matemáticos. A universidade se tornou um centro de aprendizagem e cultura, atraindo estudiosos muçulmanos de toda África e do Oriente Médio para Timbuktu.

Em 1330, o reino de Mossi invadiu e conquistou a cidade de Timbuktu. Gao já havia sido capturada pelo general Musa, que rapidamente recuperou Timbuktu e construiu uma forte muralha de pedra, e colocou um exército permanente, para proteger a cidade dos futuros invasores.

Enquanto palácio de Musa, desde então, desapareceu, a universidade e mesquita ainda estão em Timbuktu hoje em dia.
Morte
A morte de Mansa Musa é altamente debatida entre os historiadores modernos e estudiosos árabes que registraram a história do Mali. Quando comparado com os reinados de seus sucessores, Mansa Maghan (reinou entr 1332-1337) e irmão mais velho Mansa Suleyman

(reinou entre 1336-1360), o Reinado de Musa foi de 25 anos, a data calculada de a morte é 1332  Outros registros declararam que Musa planejou abdicar do trono a seu filho Maghan, mas ele morreu logo depois que ele retornou de Meca em 1325  Além disso, de acordo com uma conta de Ibn Khaldun, Mansa Musa estava vivo quando a cidade de Tlemcen na Argélia foi conquistada em 1337, quando ele enviou um representante para a Argélia para felicitar os vencedores, por sua vitória.

Um afro abraço.

fonte:enciclopédia livre

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