"A palavra carnaval é originária do latim, carnis levale, cujo significado é retirar a carne. O significado está relacionado com o jejum que deveria ser realizado durante a quaresma e também com o controle dos prazeres mundanos. Isso demonstra uma tentativa da Igreja Católica de enquadrar uma festa pagã".
Identidade: Da mesma forma que o jazz nos Estados Unidos e a salsa (derivada do mambo e da rumba) em muitos dos países caribenhos, o samba é indiscutivelmente o gênero musical que confere identidade ao Brasil. Nascido da influência de ritmos africanos para cá transplantados, sincretizados e adaptados, foi sofrendo inúmeras modificações por contingências das mais diversas - econômicas, sociais, culturais e musicais - até chegar no ritmo que conhecemos. E a história é mais ou menos a mesma para os similares caribenho e americano.
Ele já fez realeza descer do trono e transformou gente comum em majestade. O samba é uma
expressão cultural, vai além do ritmo, da dança ou do canto. É uma manifestação da alma brasileira.
Hoje, quando se fala em samba, o mundo inteiro pensa no Rio de Janeiro. O desfile das escolas cariocas recebeu o título de maior espetáculo a céu aberto do planeta.
É impossível não ser contagiado pelo som, pela energia da bateria de uma escola. O que pouca gente sabe é que o samba nasceu na roça e num dos momentos mais tristes da história do Brasil.
O samba é filho da senzala. Sua matriz veio da África, junto com os negros trazidos para cá como escravos, para trabalhar nas lavouras de cana e café. Durante três séculos, o som dos tambores e batuques ecoou pelas fazendas do Nordeste, do Rio de Janeiro e São Paulo.
A socióloga Olga Von Simsom é professora da universidade de campinas e uma especialista no assunto. “Na verdade, todos os sambas do Brasil vêm de uma influência de Angola. Em cada local que eles se fixavam saía um samba diferente, ao se misturar com as tradições locais”.
Os historiadores estimam que pelo menos sete milhões de africanos entraram no Brasil entre 1550 e 1855. A maioria vinha de regiões rurais de Angola e entravam no país pelos portos de Salvador e do Rio de Janeiro.
No Rio de Janeiro, os negros desembarcavam no cais do Valongo, construído especialmente para descarregar escravos, como conta o historiador André Diniz. “O cais do Valongo foi construído em 1811, justamente para tirar os negros que ficavam na Praia do Peixe, atual Praça XV, que ficavam expostos ali, acorrentados. Os brancos, que queriam escravizar, mas não queriam que a população que chegasse pelo nosso cais visse aquela barbaridade que
fizeram com toda uma população negra africana”.
No início do século XX, o local foi aterrado. Do antigo cais, hoje restam apenas ruínas, que fazem parte do patrimônio histórico da cidade. A poucos metros, outro lugar guarda parte da memória dos escravos: o cemitério dos pretos novos.
No final da década de 1990, um casal de empresários cariocas comprou a área para construir uma casa. Quando a obra começou, foram descobertas diversas ossadas de negros que foram enterrados no local. Eram negros que morriam na viagem da África para o Brasil ou assim que chegavam. Os corpos eram jogados em valas comuns, incendiados e sobre eles era depositado lixo.
A área foi transformada em museu e hoje guarda ossos e objetos pertencentes aos escravos.Escravo não tinha direito a nada, trabalhava de sol a sol, sob a ameaça da chibata, mas nem o sofrimento foi capaz de apagar a alegria. Os negros insistiam em batucar e cantar. Talvez venha daí a inspiração para a letra do samba da benção, bela composição do poeta Vinícius de Moraes, feita em parceria com Baden Powell.
“É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração”
Há registros de batuques em todos os lugares onde tinha os escravos, mas será que o samba tem um berço? Há um fato com que todos concordam: um dos primeiros lugares onde surgiu essa manifestação cultural foi no Recôncavo Baiano. A terra do samba de roda.
Hoje, quando se fala em samba, o mundo inteiro pensa no Rio de Janeiro. O desfile das escolas cariocas recebeu o título de maior espetáculo a céu aberto do planeta.
É impossível não ser contagiado pelo som, pela energia da bateria de uma escola. O que pouca gente sabe é que o samba nasceu na roça e num dos momentos mais tristes da história do Brasil.
O samba é filho da senzala. Sua matriz veio da África, junto com os negros trazidos para cá como escravos, para trabalhar nas lavouras de cana e café. Durante três séculos, o som dos tambores e batuques ecoou pelas fazendas do Nordeste, do Rio de Janeiro e São Paulo.
A socióloga Olga Von Simsom é professora da universidade de campinas e uma especialista no assunto. “Na verdade, todos os sambas do Brasil vêm de uma influência de Angola. Em cada local que eles se fixavam saía um samba diferente, ao se misturar com as tradições locais”.
Os historiadores estimam que pelo menos sete milhões de africanos entraram no Brasil entre 1550 e 1855. A maioria vinha de regiões rurais de Angola e entravam no país pelos portos de Salvador e do Rio de Janeiro.
No Rio de Janeiro, os negros desembarcavam no cais do Valongo, construído especialmente para descarregar escravos, como conta o historiador André Diniz. “O cais do Valongo foi construído em 1811, justamente para tirar os negros que ficavam na Praia do Peixe, atual Praça XV, que ficavam expostos ali, acorrentados. Os brancos, que queriam escravizar, mas não queriam que a população que chegasse pelo nosso cais visse aquela barbaridade que
No início do século XX, o local foi aterrado. Do antigo cais, hoje restam apenas ruínas, que fazem parte do patrimônio histórico da cidade. A poucos metros, outro lugar guarda parte da memória dos escravos: o cemitério dos pretos novos.
No final da década de 1990, um casal de empresários cariocas comprou a área para construir uma casa. Quando a obra começou, foram descobertas diversas ossadas de negros que foram enterrados no local. Eram negros que morriam na viagem da África para o Brasil ou assim que chegavam. Os corpos eram jogados em valas comuns, incendiados e sobre eles era depositado lixo.
A área foi transformada em museu e hoje guarda ossos e objetos pertencentes aos escravos.Escravo não tinha direito a nada, trabalhava de sol a sol, sob a ameaça da chibata, mas nem o sofrimento foi capaz de apagar a alegria. Os negros insistiam em batucar e cantar. Talvez venha daí a inspiração para a letra do samba da benção, bela composição do poeta Vinícius de Moraes, feita em parceria com Baden Powell.
“É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração”
Há registros de batuques em todos os lugares onde tinha os escravos, mas será que o samba tem um berço? Há um fato com que todos concordam: um dos primeiros lugares onde surgiu essa manifestação cultural foi no Recôncavo Baiano. A terra do samba de roda.
Finalizando: Se por um lado o samba como dança e festa coletiva explodia nos quintais,
"Assim nasceu o samba carioca, após longa gestação, da África à Bahia, de onde veio para ser batucado nos terreiros da Saúde e finalmente, tomando nova forma rítmica a fim de adaptar-se ao compasso do desfile de um bloco carnavalesco."
De fato, nos quintais da casa de tia Ciata reuniam-se bons ritmistas, compositores e verdadeiros mestres da música popular, muitos deles profissionais como Sinhô, Pixinguinha, Donga, Caninha, João da Baiana, Heitor dos Prazeres, Hilário Jovino Ferreira e outros. Não foi à toa que de lá saiu o primeiro samba da música popular brasileira, pois é o samba nasceu no asfalto; foi galgando os morros à medida em que as classes pobres do Rio de Janeiro foram empurradas do Centro em direção às favelas, vítimas do processo de reurbanização provocado pela invasão da classe média em seus antigos redutos.
Um afro abraço.
Claudia Vitalino.
fonte:brasilescola.uol.com.br/www.educacaopublica.rj.gov.br/
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