No Brasil, onde metade da população é constituída por negros, segundo o IBGE, é importante que se faça uma reflexão no que diz respeito às igualdades, principalmente quando se percebe que um grande universo de pessoas se espelha na grande “máquina” de criação de perspectivas, que é a mídia. Portanto, seria desejável mostrar todas as raças de forma mais equilibrada, e que todas as pessoas se reconhecessem nesse meio, para não precisarem se espelhar em modelos idealizados de beleza.
Segundo o cineasta Joel Zito Araújo, em seu livro A negação do Brasil (leia resenha), "o enfoque racial da televisão brasileira é resultado da incorporação do mito da democracia racial brasileira, da ideologia do branqueamento e do desejo de euro-norte-americanização de suas elites". A negação do Brasil se transformou em documentário no início do ano e uma das cópias foi entregue ao Ministro da Cultura, Gilberto Gil, numa tentativa de se abrir um diálogo para a questão e aumentar a participação dos negros na TV, que hoje não passa de 10%. "Existem mais negros na tevê dinamarquesa do que na brasileira", constata.
O racismo refere-se ao "preconceito de cor da pele", ou seja, mesmo que o indivíduo negro pertença a uma classe social favorecida, pode ser discriminado em diferentes situações, embora em menor grau de acordo com BRASIL. Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989: “Serão punidos...os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A intenção do presente estudo é compreender o que se passa na mídia brasileira, no que se refere à discriminação racial...
O Brasil possui uma grande multiplicidade étnica, no entanto, não se percebe toda essa mistura de cores na mídia, de uma forma geral, ou especificamente quando se trata da publicidade e propaganda. Faz-se necessário dizer que existe uma grande diferença entre
racismo e preconceito, tendo em vista que o racismo é uma atitude de diferenciação acerca da tonalidade da pele e o preconceito é relatado como uma restrição, ou preferência a um sujeito baseado na sua cor. Portanto, pretende-se nos capítulos seguintes, analisar o processo discriminatório racial, que ocorre nas publicidades em geral, na moda e nas telenovelas brasileira os negros também são ridicularizados nos programas de humor (o famoso “politicamente incorreto” nada mais é do que um eufemismo para disseminar preconceitos), tratados de maneira humilhante nos programas policiais e encontram em publicações da imprensa conservadora (principalmente na revista Veja) um importante obstáculo para as suas principais causas e reivindicações (como o sistema de cotas raciais e políticas sociais para a população mais pobre). Em suma, mais de trezentos anos após a sua morte, a luta de Zumbi dos Palmares pela verdadeira libertação do negro continua atual.
A inserção do negro na "mídia "...
"Continua o nosso reacionário: Por que motivo os negros, em grande maioria, moram nos cortiços? A resposta, asseguro-lhe, é muito fácil: a pouca valia que imprimem aos seus trabalhos; a pouca ou nenhuma cultura e a acentuada dolência dos seus passos; a inércia e a falta de vontade e iniciativa para uma reação na trilha do progresso, são as causas principais que obrigam os negros às misérias do cortiço."
A publicidade tem uma enorme influência na sociedade como agente modificador de comportamento cultural e de valores, estimulando o consumo e influenciando comportamentos, portanto, “a publicidade oferece aos nossos desejos um universo subliminar que insinua que a juventude, a saúde, a virilidade, bem como a feminilidade, dependem daquilo que compramos é ainda é retratado em imagem sempre das mesmas formas: socialmente carente, trabalhador braçal, malandro ou atleta. Também é engraçado perceber que o cabelo do negro na mídia possui apenas três variações: black power, ou com trancinhas ou curto quase raspado. Fora desses padrões o negro homem sempre é mostrado de cabeça raspada. Alguns podem argumentar que essas são as únicas opções possíveis, mas dizer isso só revelaria ignorância quanto ao visual do negro no cotidiano.
O modelo Ideal Imaginário do espelho brasileiro.
-"Brasil, o branqueamento é freqüentemente considerado como um problema do negro que, descontente e desconfortável com sua condição de negro, procura identificar-se como não negro, miscigenar-se com ele para diluir suas características raciais.” (CARONE; BENTO, 2002 p. 25).
O branqueamento é incorporado pela população, sendo fornecido pela elite não negra à sociedade e se apresenta por meio de uma desvalorização da estética negra e, em contrapartida, uma valorização da estética branca. Portanto, o branqueamento possui traços de uma cultura marcada pela escravidão e principalmente pelo processo da mestiçagem no Brasil. “Os casos de ascensão social de pessoas de cor não enriqueciam o grupo social dos negros, uma vez que as pessoas de cor que ‘subiam um degrau’ eram encaradas como ‘negros de alma branca’” (FERNANDES, 1965).
O branco europeu ainda se faz presente no imaginário social como um padrão universal, e, portanto, como o melhor representante da espécie humana; em contrapartida, o negro acaba
sendo representado por uma raça, um ser particularizado, ou o oposto da espécie humana, ou seja, o branco carrega consigo uma superioridade, o absoluto, enquanto o negro passa a ser submisso a essa “perfeição.
Negro na Publicidade atual...
Note-se que a presença do negro na mídia, de forma geral ainda é muito pequena, muito embora estes já atinjam, mesmo que minoritariamente, um espaço significativo no mercado publicitário; portanto, é necessário que se faça uma observação acerca da inserção do negro na publicidade. O Projeto de Lei do BRASIL nº 4370/98, em tramitação no Congresso Nacional, que determina a porcentagem mínima de negros que deve atuar na publicidade, indica que existe uma preocupação em tornar possível a efetiva inserção do negro nos diversos espaços de atuação da sociedade.
Finalizando:
Embora ainda de forma tímida, observa-se a inserção contínua do negro na mídia brasileira, principalmente na propaganda. No entanto, essa inserção não traduz ainda o de grande avanço do Brasil na luta contra a discriminação racial. O que se vê claramente é que o mercado chegou à conclusão de que a raça negra está se apresentando como um forte segmento consumidor e, desta forma, está percebendo nitidamente que a presença do negro na mídia pode ser um importante aliado na divulgação dos seus produto...
-"A nova Constituição brasileira, também de 1988, passou a considerar o racismo como crime, o que foi regulamentado no ano seguinte, pela a Lei 7.716, do então deputado negro Carlos Alberto Caó (por isso conhecida como "lei Caó"). "A partir de então, expressões que destacavam a cor de pele da pessoa citada, como: 'o bandido negro', sumiram das notícias".
Um afro abraço.
fonte:www.comciencia.br/reportagens/negros/UNEGRORJ
Segundo o cineasta Joel Zito Araújo, em seu livro A negação do Brasil (leia resenha), "o enfoque racial da televisão brasileira é resultado da incorporação do mito da democracia racial brasileira, da ideologia do branqueamento e do desejo de euro-norte-americanização de suas elites". A negação do Brasil se transformou em documentário no início do ano e uma das cópias foi entregue ao Ministro da Cultura, Gilberto Gil, numa tentativa de se abrir um diálogo para a questão e aumentar a participação dos negros na TV, que hoje não passa de 10%. "Existem mais negros na tevê dinamarquesa do que na brasileira", constata.
O racismo refere-se ao "preconceito de cor da pele", ou seja, mesmo que o indivíduo negro pertença a uma classe social favorecida, pode ser discriminado em diferentes situações, embora em menor grau de acordo com BRASIL. Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989: “Serão punidos...os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. A intenção do presente estudo é compreender o que se passa na mídia brasileira, no que se refere à discriminação racial...
O Brasil possui uma grande multiplicidade étnica, no entanto, não se percebe toda essa mistura de cores na mídia, de uma forma geral, ou especificamente quando se trata da publicidade e propaganda. Faz-se necessário dizer que existe uma grande diferença entre
racismo e preconceito, tendo em vista que o racismo é uma atitude de diferenciação acerca da tonalidade da pele e o preconceito é relatado como uma restrição, ou preferência a um sujeito baseado na sua cor. Portanto, pretende-se nos capítulos seguintes, analisar o processo discriminatório racial, que ocorre nas publicidades em geral, na moda e nas telenovelas brasileira os negros também são ridicularizados nos programas de humor (o famoso “politicamente incorreto” nada mais é do que um eufemismo para disseminar preconceitos), tratados de maneira humilhante nos programas policiais e encontram em publicações da imprensa conservadora (principalmente na revista Veja) um importante obstáculo para as suas principais causas e reivindicações (como o sistema de cotas raciais e políticas sociais para a população mais pobre). Em suma, mais de trezentos anos após a sua morte, a luta de Zumbi dos Palmares pela verdadeira libertação do negro continua atual.
A inserção do negro na "mídia "...
"Continua o nosso reacionário: Por que motivo os negros, em grande maioria, moram nos cortiços? A resposta, asseguro-lhe, é muito fácil: a pouca valia que imprimem aos seus trabalhos; a pouca ou nenhuma cultura e a acentuada dolência dos seus passos; a inércia e a falta de vontade e iniciativa para uma reação na trilha do progresso, são as causas principais que obrigam os negros às misérias do cortiço."
A publicidade tem uma enorme influência na sociedade como agente modificador de comportamento cultural e de valores, estimulando o consumo e influenciando comportamentos, portanto, “a publicidade oferece aos nossos desejos um universo subliminar que insinua que a juventude, a saúde, a virilidade, bem como a feminilidade, dependem daquilo que compramos é ainda é retratado em imagem sempre das mesmas formas: socialmente carente, trabalhador braçal, malandro ou atleta. Também é engraçado perceber que o cabelo do negro na mídia possui apenas três variações: black power, ou com trancinhas ou curto quase raspado. Fora desses padrões o negro homem sempre é mostrado de cabeça raspada. Alguns podem argumentar que essas são as únicas opções possíveis, mas dizer isso só revelaria ignorância quanto ao visual do negro no cotidiano.
O modelo Ideal Imaginário do espelho brasileiro.
-"Brasil, o branqueamento é freqüentemente considerado como um problema do negro que, descontente e desconfortável com sua condição de negro, procura identificar-se como não negro, miscigenar-se com ele para diluir suas características raciais.” (CARONE; BENTO, 2002 p. 25).
O branqueamento é incorporado pela população, sendo fornecido pela elite não negra à sociedade e se apresenta por meio de uma desvalorização da estética negra e, em contrapartida, uma valorização da estética branca. Portanto, o branqueamento possui traços de uma cultura marcada pela escravidão e principalmente pelo processo da mestiçagem no Brasil. “Os casos de ascensão social de pessoas de cor não enriqueciam o grupo social dos negros, uma vez que as pessoas de cor que ‘subiam um degrau’ eram encaradas como ‘negros de alma branca’” (FERNANDES, 1965).
O branco europeu ainda se faz presente no imaginário social como um padrão universal, e, portanto, como o melhor representante da espécie humana; em contrapartida, o negro acaba
sendo representado por uma raça, um ser particularizado, ou o oposto da espécie humana, ou seja, o branco carrega consigo uma superioridade, o absoluto, enquanto o negro passa a ser submisso a essa “perfeição.
Negro na Publicidade atual...
Note-se que a presença do negro na mídia, de forma geral ainda é muito pequena, muito embora estes já atinjam, mesmo que minoritariamente, um espaço significativo no mercado publicitário; portanto, é necessário que se faça uma observação acerca da inserção do negro na publicidade. O Projeto de Lei do BRASIL nº 4370/98, em tramitação no Congresso Nacional, que determina a porcentagem mínima de negros que deve atuar na publicidade, indica que existe uma preocupação em tornar possível a efetiva inserção do negro nos diversos espaços de atuação da sociedade.
Finalizando:
Embora ainda de forma tímida, observa-se a inserção contínua do negro na mídia brasileira, principalmente na propaganda. No entanto, essa inserção não traduz ainda o de grande avanço do Brasil na luta contra a discriminação racial. O que se vê claramente é que o mercado chegou à conclusão de que a raça negra está se apresentando como um forte segmento consumidor e, desta forma, está percebendo nitidamente que a presença do negro na mídia pode ser um importante aliado na divulgação dos seus produto...
-"A nova Constituição brasileira, também de 1988, passou a considerar o racismo como crime, o que foi regulamentado no ano seguinte, pela a Lei 7.716, do então deputado negro Carlos Alberto Caó (por isso conhecida como "lei Caó"). "A partir de então, expressões que destacavam a cor de pele da pessoa citada, como: 'o bandido negro', sumiram das notícias".
Um afro abraço.
fonte:www.comciencia.br/reportagens/negros/UNEGRORJ
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