Infelizmente, muitos crimes, envolvendo milhares de pessoas, já foram cometidos em diversos países ao
longo da história. Alguns afetaram tantas vidas e causaram tantas mortes que ficaram marcados no tempo e são relembrados sempre, como o holocausto nazista.
Separamos uma lista alguns crimes contra a humanidade.
* Holocausto judeu (1939-1945)
Vítimas: 6 milhões de judeus – autores: nazistas.
Em 1933, Adolf Hitler subiu ao poder na Alemanha e estabeleceu um regime racista sob o enganoso título de Nacional-Socialista. Esse regime foi baseado na doutrina racial de acordo com a qual os alemães arianos pertenciam à “raça pura”, enquanto os judeus eram considerados como “Untermenschen”, subumanos, que não faziam parte da raça humana. Os judeus foram perseguidos e mal tratados por muitos anos, até que em 1939 começaram a ser capturados e levados em comboios para os campos de concentração. Chegando aos campos eram separados em filas de mulheres, outras de homens e de crianças. Aqueles que estavam em condições físicas iriam trabalhar, (pensando que iriam sobreviver), os outros eram levados para as câmaras de gás, onde se despiam e em seguida eram mortos com gás. Depois os corpos eram queimados em crematórios ou então faziam-se algumas atrocidades, como a utilização da pele para candeeiros ou experiências médicas com as crianças.
* Genocídio ucraniano (1932-1933)
Vítimas: 3 milhões de ucranianos – autora: União Soviética.
Entre os anos 1932 e 1933, os ucranianos protagonizaram, a contragosto, algumas das páginas mais tristes e menos conhecidas da história soviética. Foram “páginas em branco”, porque foram omitidas durante décadas pelo regime capitaneado, à época, por Stalin. Ele queria dar uma “lição aos nacionalistas renitentes”. Primeiramente, acabou com os agricultores, assassinou muitos proprietários abonados e os demais foram deportados para o Casaquistão e a Sibéria. O segundo passo foi a nacionalização das pequenas propriedades privadas, e por fim, decretou o confisco dos alimentos. Pela primeira vez no Estado moderno alguém utilizaria a fome como uma arma de destruição coletiva.
*Sangue no Camboja (1975-1979)
Vítimas: 1,7 milhão de pessoas – autor Khmer Vermelho.
Pol Pot, líder dos comunistas que tomaram o poder no Camboja, resolveu “limpar” o país, não de uma etnia específica (embora minorias chinesas e vietnamitas tenham sido dizimadas depois), mas de todos os que pensassem de uma maneira anticomunista. Os intelectuais, monges e qualquer pessoa com uma profissão foram considerados “maçãs podres”. Quem não foi fuzilado na hora foi para campos de reeducação, onde trabalhavam até a morte. É o mais famoso autogenocídio da História. O desprezo pela vida marcava o lema do Khmer Vermelho: “Manter você vivo não nos traz nenhum benefício. Destruir você não será nenhuma perda para nós”.
*Morte em massa na Armênia (1915-1917)
Vítimas: 1,5 milhão de armênios – autores: Turcos Otomanos.
Na Primeira Guerra, acusados de traição e de complô com os russos, 2 milhões de armênios foram obrigados a deixar suas casas e marchar até uma região desértica próxima da Síria, onde eram deixados para morrer. É considerado o primeiro genocídio moderno em larga escala, feito de forma organizada
(serviu de inspiração para Hitler, que sempre o citava como exemplo). Até hoje, a Turquia nega o massacre. Quem “escoltava” os armênios até o deserto eram grupos paramilitares formados por ex-presidiários, que estupravam, roubavam e matavam os exilados durante a jornada.
* Massacre em Ruanda (Abril de 1994)
Vítimas: 700 mil Tútsis – autoras: Milícias Hútus.
Durante cem dias, milícias hútus promoveram um banho de sangue nesse pequeno país africano, na tentativa de exterminar os tútsis, outro grupo étnico. Além da barbárie, o que mais chocou o mundo foi a posição passiva da ONU e das grandes potências, que assistiram à carnificina sem intervir. Ao final, guerrilheiros tútsis tomaram o país. Aí, foi a vez de 2 milhões de hútus, com medo de vingança, deixarem a região. A principal arma usada para matar os tútsis eram as machetes (facões). Milhares delas foram importadas da China meses antes, num ato calculado de preparação.
* Porajmos, a caçada aos ciganos (1939-1945)
Vítimas: 500 mil Romanis (ciganos) – autores: nazistas.
Quando os nazistas chegavam aos acampamentos ciganos, matavam sem dó. Muitas vezes, eles nem faziam a seleção na chegada aos campos de concentração – acabavam com todos. Até hoje, os 500 mil ciganos mortos (na proporção, um grupo tão grande quanto o de judeus assassinados na Segunda Guerra) são pouco lembrados. Um dos casos mais macabros do médico nazista Josef Mengele é o dos gêmeos ciganos Guido e Ina, costurados um ao outro, pelas costas, como siameses. A mãe matou os dois com morfina para terminar com o sofrimento.
* Revolta Circassiana (últimas décadas do século XIX)
Vítimas: 400 mil circassianos – autor Império Russo.
Por volta de 1860, os russos estavam terminando de dominar o Cáucaso e a região da Chechênia. Mas no seu caminho estavam os circassianos, povos muçulmanos. Foi quando o general Yevdokimov teve a brilhante ideia de “convidar” (leia-se obrigar) os nativos a se mudar para o vizinho Império Otomano. Para garantir que os montanheses fossem realmente embora, os soldados destruíram aldeia por aldeia. A limpeza étnica foi tão completa que hoje ninguém mais na região do Cáucaso fala os idiomas dos povos circassianos.
* Crueldade na Bósnia (1992-1995)
Vítimas: 200 mil Bósnios – autores: Milícias e exército Sérvio.
Quando a antiga Iugoslávia se separou em vários Estados, os sérvios tentaram abocanhar o máximo de território. Quem mais sofreu foram os bósnios. Discriminados por serem muçulmanos, milhares foram executados e enterrados em valas comuns, enquanto a Europa e os EUA só assistiam. Em Srebrenica, milícias sérvias, debaixo do nariz das tropas da ONU, mataram 8 mil homens entre 12 e 60 anos. Cerca de 40 mil mulheres bósnias foram sistematicamente estupradas. E quando engravidavam eram obrigadas a dar à luz.
* Terror no Timor Leste (1975-1999)
Vítimas: 150 mil timorenses – autora: Indonésia.
Quando a ex-colônia portuguesa no sudeste da Ásia foi ocupada pela Indonésia, experimentou o inferno: plantações foram queimadas com napalm e seus reservatórios de água foram envenenados. E cerca de 20
mil pessoas “desapareceram”. Mesmo em protestos pacíficos, a repressão era brutal. Em 1991, 400 estudantes foram fuzilados em um cemitério por causa de uma passeata, diante de jornalistas do mundo inteiro. Em 1999, antes de sair do Timor, milícias indonésias mataram 61 pessoas que estavam escondidas numa igreja. A atrocidade ficou conhecida como Massacre de Liquiçá.
* Hererós e Namaquas (1904-1907)
Vítimas: 65 mil Hererós e 10 mil Namaquas – autora: Alemanha.
Foi o primeiro genocídio do século 20, na região onde hoje fica a Namíbia. Os poucos que não foram expulsos para o deserto de Kalahari acabaram nos campos de concentração, identificados por números e obrigados a trabalhar até a morte. Metade dos namaquas e 80% dos hererós foram mortos (os judeus perderam cerca de 35% de seu povo durante o massacre nazista). Um século depois, os alemães pediram desculpas, mas não ofereceram nenhuma compensação. Os alemães ainda envenenavam os poços pelo deserto. Anos depois, ossadas foram achadas em buracos – as pessoas cavavam com as próprias mãos em busca de água.
-Se tem 10 crime não relacionada que e a escravidão negra por que ninguém quer assumir essa conta e consequência do resultado direto e indireto na africa e no mundo pois mudou a trajetória do mundo e ate sucessão monárquica?...
Reduzir um homem à escravidão, comprá‑lo, vendê‑lo, retê‑lo na servidão, tudo isso são verdadeiros crimes, e crimes piores que o roubo. Com efeito, esbulha‑se o escravo não somente de qualquer propriedade mobiliária ou fundiária, mas da faculdade de a adquirir, da propriedade do seu tempo, das suas forças, de tudo o que a natureza lhe deu para conservar a sua vida ou prover às suas necessidades. A este mal junta‑se o de retirar ao escravo o direito de dispor da sua pessoa.
Ou não há moral de todo, ou é necessário convir neste princípio. Bem pode a opinião não estigmatizar este tipo de crime, bem pode a lei do país tolerá‑lo, nem a opinião nem a lei podem alterar a natureza das acções: e mesmo que esta opinião fosse a de todos os homens e o género humano reunido tivesse, a uma só voz, aprovado esta lei, tal crime permaneceria sempre um crime.
No que se segue, compararemos frequentemente com o roubo a acção de reduzir à escravidão. Estes dois crimes, embora o último seja muito menos grave, têm grandes relações entre eles; e como um sempre foi o crime do mais forte, e o roubo o do mais fraco, encontramos todas as questões sobre o roubo resolvidas de antemão, e de acordo com os bons princípios, por todos os moralistas, enquanto o outro crime nem sequer
tem o seu nome nos seus livros. É necessário exceptuar, contudo, o roubo à mão armada, que se chama conquista, e outras espécies de roubos em que é igualmente o mais forte a esbulhar o mais fraco. Os moralistas também fazem vista grossa a estes crimes, bem como o de reduzir seres humanos à escravidão.
A razões alegadas para desculpar a escravidão dos negros...
"Diz‑se, para desculpar a escravidão dos negros comprados em África, que estes infelizes são ou criminosos condenados ao derradeiro suplício, ou prisioneiros de guerra que seriam executados, não fossem eles comprados pelos Europeus."
De acordo com este raciocínio, alguns escritores apresentam‑nos o tráfico dos Negros como sendo quase um acto de humanidade. Mas observaremos:
* Que este facto não está provado e nem sequer é verossímil. O quê? Antes de os Europeus comprarem os Negros, os Africanos degolavam todos os prisioneiros! Matavam não somente as mulheres casadas, como era, diz‑se, outrora uso entre uma horda de ladrões orientais, mas até as raparigas não casadas, coisa nunca antes relatada acerca de nenhum povo. O quê? Não fôssemos nós buscar negros a África, e os Africanos matariam os escravos que destinam agora a ser vendidos! Cada um dos dois partidos preferiria espancar até à morte os seus prisioneiros a trocá‑los! Para acreditar em factos inverosímeis são necessários testemunhos idóneos, e aqui temos apenas os das pessoas empregadas no comércio dos Negros. Nunca tive a ocasião de os frequentar, mas havia, entre os Romanos, homens que se consagravam ao mesmo comércio, e o seu nome é ainda uma ofensa.
* Supondo que se salva a vida do negro que se compra, não seria menos criminoso comprá‑lo, se fosse para revendê‑lo ou reduzi‑lo à escravidão. Seria uma acção igual à de um homem que, depois de ter salvo um infeliz perseguido por assassinos, o roubasse. Ou então, se supusermos que os Europeus levaram os Africanos a deixar de matar os prisioneiros, seria a acção de um homem que tivesse conseguido dissuadir salteadores de assassinarem os transeuntes, e os tivesse persuadido a satisfazerem‑se com roubá‑los com ele. Dir‑se‑á, numa ou noutra destas suposições, que este homem não é um ladrão? Um homem que, para salvar outro da morte, lhe desse do seu necessário, estaria sem dúvida no direito de exigir uma compensação; poderia adquirir um direito sobre os bens e até sobre o trabalho de quem salvou, descontando, contudo, o que é necessário à subsistência do obrigado: mas não poderia sem injustiça reduzi‑lo à escravidão. Podem adquirir‑se direitos sobre a propriedade futura de outro homem, mas nunca sobre a sua pessoa. Um homem pode ter o direito de forçar outro homem a trabalhar para ele, mas não o de o forçar a obedecer‑lhe.
* A desculpa alegada é tanto menos legítima, quanto é, pelo contrário, o infame comércio dos bandidos da Europa que faz nascer entre os Africanos guerras quase contínuas, cujo único motivo é o desejo de fazer prisioneiros para os vender. Frequentemente, os próprios Europeus fomentam estas guerras mediante dinheiro ou intrigas, de modo que são culpados não somente do crime de reduzir homens à escravidão, mas ainda de todos os assassínios cometidos em África para preparar este crime. Têm a arte pérfida de excitar a cupidez e as paixões dos Africanos, de levar o pai a entregar os filhos, o irmão a trair o irmão, o príncipe a vender os súbditos. Deram a este infeliz povo o gosto destrutivo dos licores fortes. Comunicaram‑lhe este veneno, que, escondido nas florestas da América, se tornou, graças à activa avidez dos Europeus, um dos flagelos do globo; e ainda se atrevem a falar de humanidade!
*Ainda que a desculpa que alegamos umas linhas acima desculpasse o primeiro comprador, não poderia desculpar nem o segundo comprador nem o colono que fica com o negro, porque não têm agora o motivo de subtrair à morte o escravo que compram. São, em relação ao crime de reduzir à escravidão, o que é, em relação a um roubo, aquele que divide o saque com o ladrão, ou antes, o que encarrega outrem de um roubo, e que compartilha com ele o produto. A lei pode ter motivos para tratar diferenciadamente o ladrão e o seu cúmplice, ou o seu instigador; mas, em moral, o delito é o mesmo.
Por último, esta desculpa é absolutamente nula para os negros nascidos na fazenda. O senhor que os cria para os deixar na escravidão é criminoso, porque o cuidado que lhes dedicou na infância não pode dar‑lhe qualquer aparência de direito sobre eles. Com efeito, porque tiveram necessidade dele? É porque arrebatou
aos seus pais, com a liberdade, a faculdade de cuidar do seu filho. Será, pois, pretender que o primeiro crime pode dar direito a cometer o segundo. Aliás, suponhamos mesmo que a criança negra foi abandonada livremente pelos seus pais: pode o direito de um homem sobre uma criança abandonada que criou ser o de a reduzir à escravidão? Daria uma acção de humanidade o direito a cometer um crime?
A escravidão dos criminosos legalmente condenados também não é legítima. Com efeito, uma das condições necessárias para que a pena seja justa é que seja determinada pela lei, quer quanto à sua duração, quer quanto à sua forma. Assim, a lei pode condenar a trabalhos públicos, porque a duração do trabalho, o alimento, as punições em caso de preguiça ou revolta, podem ser determinados pela lei; mas a lei nunca pode sentenciar um homem a ser escravo de outro homem em particular, porque a pena, dependendo então em absoluto do capricho do senhor, é necessariamente indeterminada. Aliás, é tão absurdo como atroz atrever‑se a aventar que a maior parte dos infelizes comprados em África é constituída por criminosos. Será que se teme que o desprezo por eles não seja suficiente, que não sejam tratados com bastante dureza? E que como é que se pode supor a existência de um país onde se cometessem tantos crimes, e onde, no entanto, se fizesse uma justiça rigorosa?
"Da pretensa necessidade da escravidão dos negros, considerada em relação ao direito que dela pode resultar para os seus senhores"
Pretende‑se que é impossível cultivar as colônias sem os negros escravos. Admitiremos aqui esta alegação, suporemos que esta impossibilidade é absoluta: é claro que não pode tornar a escravidão legítima. Com efeito, se a necessidade absoluta de conservar a nossa existência pode autorizar‑nos a lesar o direito de outro homem, a violência deixa de ser legítima no preciso momento em que esta necessidade absoluta cessa igualmente: ora, não está aqui em causa este tipo de necessidade, mas apenas a perda da fortuna dos colonos. Assim, inquirir se este interesse torna a escravidão legítima é inquirir se me é permitido conservar a minha fortuna mediante um crime.
A necessidade absoluta que eu pudesse ter dos cavalos do meu vizinho para cultivar o meu campo não me
daria o direito de lhos roubar; mas então porque teria eu o direito de o obrigar a ele próprio, pela violência, a cultivar para mim?
Esta pretensa necessidade não altera, pois, nada aqui, e não torna a escravidão menos criminosa por parte do senhor.
Um afro abraço.
Fonte :livro os 10 mais\unegro
longo da história. Alguns afetaram tantas vidas e causaram tantas mortes que ficaram marcados no tempo e são relembrados sempre, como o holocausto nazista.
Separamos uma lista alguns crimes contra a humanidade.
* Holocausto judeu (1939-1945)
Vítimas: 6 milhões de judeus – autores: nazistas.
Em 1933, Adolf Hitler subiu ao poder na Alemanha e estabeleceu um regime racista sob o enganoso título de Nacional-Socialista. Esse regime foi baseado na doutrina racial de acordo com a qual os alemães arianos pertenciam à “raça pura”, enquanto os judeus eram considerados como “Untermenschen”, subumanos, que não faziam parte da raça humana. Os judeus foram perseguidos e mal tratados por muitos anos, até que em 1939 começaram a ser capturados e levados em comboios para os campos de concentração. Chegando aos campos eram separados em filas de mulheres, outras de homens e de crianças. Aqueles que estavam em condições físicas iriam trabalhar, (pensando que iriam sobreviver), os outros eram levados para as câmaras de gás, onde se despiam e em seguida eram mortos com gás. Depois os corpos eram queimados em crematórios ou então faziam-se algumas atrocidades, como a utilização da pele para candeeiros ou experiências médicas com as crianças.
* Genocídio ucraniano (1932-1933)
Vítimas: 3 milhões de ucranianos – autora: União Soviética.
Entre os anos 1932 e 1933, os ucranianos protagonizaram, a contragosto, algumas das páginas mais tristes e menos conhecidas da história soviética. Foram “páginas em branco”, porque foram omitidas durante décadas pelo regime capitaneado, à época, por Stalin. Ele queria dar uma “lição aos nacionalistas renitentes”. Primeiramente, acabou com os agricultores, assassinou muitos proprietários abonados e os demais foram deportados para o Casaquistão e a Sibéria. O segundo passo foi a nacionalização das pequenas propriedades privadas, e por fim, decretou o confisco dos alimentos. Pela primeira vez no Estado moderno alguém utilizaria a fome como uma arma de destruição coletiva.
*Sangue no Camboja (1975-1979)
Vítimas: 1,7 milhão de pessoas – autor Khmer Vermelho.
Pol Pot, líder dos comunistas que tomaram o poder no Camboja, resolveu “limpar” o país, não de uma etnia específica (embora minorias chinesas e vietnamitas tenham sido dizimadas depois), mas de todos os que pensassem de uma maneira anticomunista. Os intelectuais, monges e qualquer pessoa com uma profissão foram considerados “maçãs podres”. Quem não foi fuzilado na hora foi para campos de reeducação, onde trabalhavam até a morte. É o mais famoso autogenocídio da História. O desprezo pela vida marcava o lema do Khmer Vermelho: “Manter você vivo não nos traz nenhum benefício. Destruir você não será nenhuma perda para nós”.
*Morte em massa na Armênia (1915-1917)
Vítimas: 1,5 milhão de armênios – autores: Turcos Otomanos.
Na Primeira Guerra, acusados de traição e de complô com os russos, 2 milhões de armênios foram obrigados a deixar suas casas e marchar até uma região desértica próxima da Síria, onde eram deixados para morrer. É considerado o primeiro genocídio moderno em larga escala, feito de forma organizada
(serviu de inspiração para Hitler, que sempre o citava como exemplo). Até hoje, a Turquia nega o massacre. Quem “escoltava” os armênios até o deserto eram grupos paramilitares formados por ex-presidiários, que estupravam, roubavam e matavam os exilados durante a jornada.
* Massacre em Ruanda (Abril de 1994)
Vítimas: 700 mil Tútsis – autoras: Milícias Hútus.
Durante cem dias, milícias hútus promoveram um banho de sangue nesse pequeno país africano, na tentativa de exterminar os tútsis, outro grupo étnico. Além da barbárie, o que mais chocou o mundo foi a posição passiva da ONU e das grandes potências, que assistiram à carnificina sem intervir. Ao final, guerrilheiros tútsis tomaram o país. Aí, foi a vez de 2 milhões de hútus, com medo de vingança, deixarem a região. A principal arma usada para matar os tútsis eram as machetes (facões). Milhares delas foram importadas da China meses antes, num ato calculado de preparação.
* Porajmos, a caçada aos ciganos (1939-1945)
Vítimas: 500 mil Romanis (ciganos) – autores: nazistas.
Quando os nazistas chegavam aos acampamentos ciganos, matavam sem dó. Muitas vezes, eles nem faziam a seleção na chegada aos campos de concentração – acabavam com todos. Até hoje, os 500 mil ciganos mortos (na proporção, um grupo tão grande quanto o de judeus assassinados na Segunda Guerra) são pouco lembrados. Um dos casos mais macabros do médico nazista Josef Mengele é o dos gêmeos ciganos Guido e Ina, costurados um ao outro, pelas costas, como siameses. A mãe matou os dois com morfina para terminar com o sofrimento.
* Revolta Circassiana (últimas décadas do século XIX)
Vítimas: 400 mil circassianos – autor Império Russo.
Por volta de 1860, os russos estavam terminando de dominar o Cáucaso e a região da Chechênia. Mas no seu caminho estavam os circassianos, povos muçulmanos. Foi quando o general Yevdokimov teve a brilhante ideia de “convidar” (leia-se obrigar) os nativos a se mudar para o vizinho Império Otomano. Para garantir que os montanheses fossem realmente embora, os soldados destruíram aldeia por aldeia. A limpeza étnica foi tão completa que hoje ninguém mais na região do Cáucaso fala os idiomas dos povos circassianos.
* Crueldade na Bósnia (1992-1995)
Vítimas: 200 mil Bósnios – autores: Milícias e exército Sérvio.
Quando a antiga Iugoslávia se separou em vários Estados, os sérvios tentaram abocanhar o máximo de território. Quem mais sofreu foram os bósnios. Discriminados por serem muçulmanos, milhares foram executados e enterrados em valas comuns, enquanto a Europa e os EUA só assistiam. Em Srebrenica, milícias sérvias, debaixo do nariz das tropas da ONU, mataram 8 mil homens entre 12 e 60 anos. Cerca de 40 mil mulheres bósnias foram sistematicamente estupradas. E quando engravidavam eram obrigadas a dar à luz.
* Terror no Timor Leste (1975-1999)
Vítimas: 150 mil timorenses – autora: Indonésia.
Quando a ex-colônia portuguesa no sudeste da Ásia foi ocupada pela Indonésia, experimentou o inferno: plantações foram queimadas com napalm e seus reservatórios de água foram envenenados. E cerca de 20
mil pessoas “desapareceram”. Mesmo em protestos pacíficos, a repressão era brutal. Em 1991, 400 estudantes foram fuzilados em um cemitério por causa de uma passeata, diante de jornalistas do mundo inteiro. Em 1999, antes de sair do Timor, milícias indonésias mataram 61 pessoas que estavam escondidas numa igreja. A atrocidade ficou conhecida como Massacre de Liquiçá.
* Hererós e Namaquas (1904-1907)
Vítimas: 65 mil Hererós e 10 mil Namaquas – autora: Alemanha.
Foi o primeiro genocídio do século 20, na região onde hoje fica a Namíbia. Os poucos que não foram expulsos para o deserto de Kalahari acabaram nos campos de concentração, identificados por números e obrigados a trabalhar até a morte. Metade dos namaquas e 80% dos hererós foram mortos (os judeus perderam cerca de 35% de seu povo durante o massacre nazista). Um século depois, os alemães pediram desculpas, mas não ofereceram nenhuma compensação. Os alemães ainda envenenavam os poços pelo deserto. Anos depois, ossadas foram achadas em buracos – as pessoas cavavam com as próprias mãos em busca de água.
-Se tem 10 crime não relacionada que e a escravidão negra por que ninguém quer assumir essa conta e consequência do resultado direto e indireto na africa e no mundo pois mudou a trajetória do mundo e ate sucessão monárquica?...
Reduzir um homem à escravidão, comprá‑lo, vendê‑lo, retê‑lo na servidão, tudo isso são verdadeiros crimes, e crimes piores que o roubo. Com efeito, esbulha‑se o escravo não somente de qualquer propriedade mobiliária ou fundiária, mas da faculdade de a adquirir, da propriedade do seu tempo, das suas forças, de tudo o que a natureza lhe deu para conservar a sua vida ou prover às suas necessidades. A este mal junta‑se o de retirar ao escravo o direito de dispor da sua pessoa.
Ou não há moral de todo, ou é necessário convir neste princípio. Bem pode a opinião não estigmatizar este tipo de crime, bem pode a lei do país tolerá‑lo, nem a opinião nem a lei podem alterar a natureza das acções: e mesmo que esta opinião fosse a de todos os homens e o género humano reunido tivesse, a uma só voz, aprovado esta lei, tal crime permaneceria sempre um crime.
No que se segue, compararemos frequentemente com o roubo a acção de reduzir à escravidão. Estes dois crimes, embora o último seja muito menos grave, têm grandes relações entre eles; e como um sempre foi o crime do mais forte, e o roubo o do mais fraco, encontramos todas as questões sobre o roubo resolvidas de antemão, e de acordo com os bons princípios, por todos os moralistas, enquanto o outro crime nem sequer
tem o seu nome nos seus livros. É necessário exceptuar, contudo, o roubo à mão armada, que se chama conquista, e outras espécies de roubos em que é igualmente o mais forte a esbulhar o mais fraco. Os moralistas também fazem vista grossa a estes crimes, bem como o de reduzir seres humanos à escravidão.
A razões alegadas para desculpar a escravidão dos negros...
"Diz‑se, para desculpar a escravidão dos negros comprados em África, que estes infelizes são ou criminosos condenados ao derradeiro suplício, ou prisioneiros de guerra que seriam executados, não fossem eles comprados pelos Europeus."
De acordo com este raciocínio, alguns escritores apresentam‑nos o tráfico dos Negros como sendo quase um acto de humanidade. Mas observaremos:
* Que este facto não está provado e nem sequer é verossímil. O quê? Antes de os Europeus comprarem os Negros, os Africanos degolavam todos os prisioneiros! Matavam não somente as mulheres casadas, como era, diz‑se, outrora uso entre uma horda de ladrões orientais, mas até as raparigas não casadas, coisa nunca antes relatada acerca de nenhum povo. O quê? Não fôssemos nós buscar negros a África, e os Africanos matariam os escravos que destinam agora a ser vendidos! Cada um dos dois partidos preferiria espancar até à morte os seus prisioneiros a trocá‑los! Para acreditar em factos inverosímeis são necessários testemunhos idóneos, e aqui temos apenas os das pessoas empregadas no comércio dos Negros. Nunca tive a ocasião de os frequentar, mas havia, entre os Romanos, homens que se consagravam ao mesmo comércio, e o seu nome é ainda uma ofensa.
* Supondo que se salva a vida do negro que se compra, não seria menos criminoso comprá‑lo, se fosse para revendê‑lo ou reduzi‑lo à escravidão. Seria uma acção igual à de um homem que, depois de ter salvo um infeliz perseguido por assassinos, o roubasse. Ou então, se supusermos que os Europeus levaram os Africanos a deixar de matar os prisioneiros, seria a acção de um homem que tivesse conseguido dissuadir salteadores de assassinarem os transeuntes, e os tivesse persuadido a satisfazerem‑se com roubá‑los com ele. Dir‑se‑á, numa ou noutra destas suposições, que este homem não é um ladrão? Um homem que, para salvar outro da morte, lhe desse do seu necessário, estaria sem dúvida no direito de exigir uma compensação; poderia adquirir um direito sobre os bens e até sobre o trabalho de quem salvou, descontando, contudo, o que é necessário à subsistência do obrigado: mas não poderia sem injustiça reduzi‑lo à escravidão. Podem adquirir‑se direitos sobre a propriedade futura de outro homem, mas nunca sobre a sua pessoa. Um homem pode ter o direito de forçar outro homem a trabalhar para ele, mas não o de o forçar a obedecer‑lhe.
* A desculpa alegada é tanto menos legítima, quanto é, pelo contrário, o infame comércio dos bandidos da Europa que faz nascer entre os Africanos guerras quase contínuas, cujo único motivo é o desejo de fazer prisioneiros para os vender. Frequentemente, os próprios Europeus fomentam estas guerras mediante dinheiro ou intrigas, de modo que são culpados não somente do crime de reduzir homens à escravidão, mas ainda de todos os assassínios cometidos em África para preparar este crime. Têm a arte pérfida de excitar a cupidez e as paixões dos Africanos, de levar o pai a entregar os filhos, o irmão a trair o irmão, o príncipe a vender os súbditos. Deram a este infeliz povo o gosto destrutivo dos licores fortes. Comunicaram‑lhe este veneno, que, escondido nas florestas da América, se tornou, graças à activa avidez dos Europeus, um dos flagelos do globo; e ainda se atrevem a falar de humanidade!
*Ainda que a desculpa que alegamos umas linhas acima desculpasse o primeiro comprador, não poderia desculpar nem o segundo comprador nem o colono que fica com o negro, porque não têm agora o motivo de subtrair à morte o escravo que compram. São, em relação ao crime de reduzir à escravidão, o que é, em relação a um roubo, aquele que divide o saque com o ladrão, ou antes, o que encarrega outrem de um roubo, e que compartilha com ele o produto. A lei pode ter motivos para tratar diferenciadamente o ladrão e o seu cúmplice, ou o seu instigador; mas, em moral, o delito é o mesmo.
Por último, esta desculpa é absolutamente nula para os negros nascidos na fazenda. O senhor que os cria para os deixar na escravidão é criminoso, porque o cuidado que lhes dedicou na infância não pode dar‑lhe qualquer aparência de direito sobre eles. Com efeito, porque tiveram necessidade dele? É porque arrebatou
aos seus pais, com a liberdade, a faculdade de cuidar do seu filho. Será, pois, pretender que o primeiro crime pode dar direito a cometer o segundo. Aliás, suponhamos mesmo que a criança negra foi abandonada livremente pelos seus pais: pode o direito de um homem sobre uma criança abandonada que criou ser o de a reduzir à escravidão? Daria uma acção de humanidade o direito a cometer um crime?
A escravidão dos criminosos legalmente condenados também não é legítima. Com efeito, uma das condições necessárias para que a pena seja justa é que seja determinada pela lei, quer quanto à sua duração, quer quanto à sua forma. Assim, a lei pode condenar a trabalhos públicos, porque a duração do trabalho, o alimento, as punições em caso de preguiça ou revolta, podem ser determinados pela lei; mas a lei nunca pode sentenciar um homem a ser escravo de outro homem em particular, porque a pena, dependendo então em absoluto do capricho do senhor, é necessariamente indeterminada. Aliás, é tão absurdo como atroz atrever‑se a aventar que a maior parte dos infelizes comprados em África é constituída por criminosos. Será que se teme que o desprezo por eles não seja suficiente, que não sejam tratados com bastante dureza? E que como é que se pode supor a existência de um país onde se cometessem tantos crimes, e onde, no entanto, se fizesse uma justiça rigorosa?
"Da pretensa necessidade da escravidão dos negros, considerada em relação ao direito que dela pode resultar para os seus senhores"
Pretende‑se que é impossível cultivar as colônias sem os negros escravos. Admitiremos aqui esta alegação, suporemos que esta impossibilidade é absoluta: é claro que não pode tornar a escravidão legítima. Com efeito, se a necessidade absoluta de conservar a nossa existência pode autorizar‑nos a lesar o direito de outro homem, a violência deixa de ser legítima no preciso momento em que esta necessidade absoluta cessa igualmente: ora, não está aqui em causa este tipo de necessidade, mas apenas a perda da fortuna dos colonos. Assim, inquirir se este interesse torna a escravidão legítima é inquirir se me é permitido conservar a minha fortuna mediante um crime.
A necessidade absoluta que eu pudesse ter dos cavalos do meu vizinho para cultivar o meu campo não me
daria o direito de lhos roubar; mas então porque teria eu o direito de o obrigar a ele próprio, pela violência, a cultivar para mim?
Esta pretensa necessidade não altera, pois, nada aqui, e não torna a escravidão menos criminosa por parte do senhor.
Um afro abraço.
Fonte :livro os 10 mais\unegro
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