A identidade é um processo de desenvolvimento contínuo que se inicia na infância, através da matriz de identidade. Moreno (1997, 1974 e Fox, 2002) aponta que, da gestação até o nascimento, mãe e filho compartilham o mesmo locus (ambos habitam o mesmo corpo) e o bebê se alimenta da placenta (matriz materna). Logo ao nascer, o corpo e o eu não existem ainda para o bebê, tampouco existe o eu e uma pessoa distinta da criança. Há uma identidade do bebê com a mãe. Diz-se, então, identidade com esse sentido: é o estado do bebê em que mãe, o próprio bebê e tudo o mais (na experiência sensorial do bebê) constituem um todo único (MORENO, 2002). Em um primeiro momento da vida (matriz indiferenciada), a criança não realiza distinções entre ela e os outros, é como se todos fossem extensão dela mesma. Em um processo lento, a criança começa a diferenciação e descobre a própria imagem, o que propiciará o reconhecimento de um si mesmo separado do outro. É nesse momento que se inicia sua matriz familiar, que é uma rede de vínculos que se forma a partir da interação dos papéis familiares (MENEGAZZO, 1995).
Grécia Antiga...
Na Grécia Antiga, os pitagóricos (século VI ao IV a.C.) não usavam o termo beleza, mas harmonia, que estava ligado ao número, à medida e à proporção. Sócrates compreendia a beleza associada ao prazer e à busca de amor. Em Platão, encontramos a tríade Belo, Bom e Verdadeiro; o belo é distante, pois a verdadeira beleza está presente em um plano do idea – um plano superior, do conhecimento, que é absoluto e estático. Aristóteles traz uma noção de beleza que tolera imperfeições e mudanças, e que coloca o homem como figura central, pois ele é criador e se distingue dos demais seres vivos. Kant considerou a subjetividade do observador, porém associou as sensações e a corporalidade às mulheres, em detrimento ao pensamento científico e racional, destinado aos homens.
É importante refletir que a busca pela beleza está intimamente relacionada com a autovalorização, sendo esta a base da autoestima. Autoimagem e autoestima são
constituídas na infância, no processo das relações mais próximas da criança, porém são atualizadas continuamente, ao longo da vida (pelas matrizes de identidade, especialmente a familiar e a social). Autoconsciência, consciência cultural e política e autoaceitação – em termos de identidade pessoal e coletiva – seriam o caminho para se sentir bem com o corpo que se tem, independentemente dos padrões externos, que são muitos e mudam constantemente...
É importante refletir que a busca pela beleza está intimamente relacionada com a autovalorização, sendo esta a base da autoestima. Autoimagem e autoestima são
constituídas na infância, no processo das relações mais próximas da criança, porém são atualizadas continuamente, ao longo da vida (pelas matrizes de identidade, especialmente a familiar e a social). Autoconsciência, consciência cultural e política e autoaceitação – em termos de identidade pessoal e coletiva – seriam o caminho para se sentir bem com o corpo que se tem, independentemente dos padrões externos, que são muitos e mudam constantemente...
O Corpo Negro...
A depreciação estética e cultural, juntamente com o argumento da inferioridade da raça negra e de sua suposta ausência de alma inferida pela Igreja Católica foram as justificativas utilizadas para que europeus (considerados belos e superiores) dominassem e escravizassem africanos e afrodescendentes. Como o belo existe por comparação e contraposição ao feio, foi vetada ao negro a possibilidade de ser belo; fato que ainda tem resquícios, em pleno século XXI, observável através das discriminações presentes na mídia, no mercado de trabalho, nos contextos privados e públicos, inclusive nas escolas.
Mais do que diferenças ocasionadas por traços fenotípicos, é importante refletir como essas crianças estão preparadas para enfrentar o preconceito, a discriminação e a intolerância, especialmente no contexto escolar. Segundo Silveira Silva (2005): "Em um país como o Brasil, a ideologia dominante internalizada pelos professores não é sensível às diferenças, no sentido de respeitá-las, mas apenas no sentido de apontálas como 'perigosas' ou 'lamentáveis' para o seu ideal de cultura". Os alunos negros não se veem representados nas imagens de família, religião e comunidade que predominam nas escolas. Felizmente, também por influência política dos movimentos negros, já existem no Brasil políticas públicas voltadas à inclusão de diferentes culturas e etnias no currículo e no cotidiano escolar, especialmente a Lei nº 10.639/2003.
A depreciação estética e cultural, juntamente com o argumento da inferioridade da raça negra e de sua suposta ausência de alma inferida pela Igreja Católica foram as justificativas utilizadas para que europeus (considerados belos e superiores) dominassem e escravizassem africanos e afrodescendentes. Como o belo existe por comparação e contraposição ao feio, foi vetada ao negro a possibilidade de ser belo; fato que ainda tem resquícios, em pleno século XXI, observável através das discriminações presentes na mídia, no mercado de trabalho, nos contextos privados e públicos, inclusive nas escolas.
Mais do que diferenças ocasionadas por traços fenotípicos, é importante refletir como essas crianças estão preparadas para enfrentar o preconceito, a discriminação e a intolerância, especialmente no contexto escolar. Segundo Silveira Silva (2005): "Em um país como o Brasil, a ideologia dominante internalizada pelos professores não é sensível às diferenças, no sentido de respeitá-las, mas apenas no sentido de apontálas como 'perigosas' ou 'lamentáveis' para o seu ideal de cultura". Os alunos negros não se veem representados nas imagens de família, religião e comunidade que predominam nas escolas. Felizmente, também por influência política dos movimentos negros, já existem no Brasil políticas públicas voltadas à inclusão de diferentes culturas e etnias no currículo e no cotidiano escolar, especialmente a Lei nº 10.639/2003.
Quilombolas e a Cultura Matriarcal...
A concepção de beleza na família quilombola se centra na grande influência da matriarca, a maioria das vezes pela ausência da figura paterna em termos reais e simbólicos a demonstração e grande interação com o meio ambiente, a terra do quilombo: "o que eu acho bonito, no meu modo de pensar, é a natureza. O cantar dos pássaros...". A influência das dificuldades financeiras da família no passado, em termos de cuidados com o corpo., pegar o sabão da cozinha e tomar banho....
A concepção de beleza na família quilombola se centra na grande influência da matriarca, a maioria das vezes pela ausência da figura paterna em termos reais e simbólicos a demonstração e grande interação com o meio ambiente, a terra do quilombo: "o que eu acho bonito, no meu modo de pensar, é a natureza. O cantar dos pássaros...". A influência das dificuldades financeiras da família no passado, em termos de cuidados com o corpo., pegar o sabão da cozinha e tomar banho....
Não tinha um ordenado suficiente pra comprar os produto.
A concepção de beleza na família quilombola se centra na grande influência da matriarca, pela ausência da figura paterna em termos reais e simbólicos e a demonstração de grande interação com o meio ambiente, a terra do quilombo: "o que eu acho bonito, no meu modo de pensar, é a natureza.
As diferenças étnicas estão dadas. Cabe a cada família a escolha de como viver com elas: seja de forma conservadora, seja de forma espontânea. Há de reconhecer que existe riqueza cultural e uma beleza peculiar em ambas as modalidades.
Este tema é complexo, interligado a várias dimensões psicossociais e culturais; as concepções são construídas ao longo de várias matrizes e estão em constante reatualização. Por isso, a variedade de métodos utilizados facilitou sobremaneira o levantamento de dados, a confirmação de algumas hipóteses e posterior .
Para temas relacionados às culturas e relações étnico-raciais, incluindo a questão da beleza, se que problematiza, através da dramatização, as questões éticas, psicossociais e culturais de determinado problema social de um grupo ou uma comunidade.
Para os que desejam realizar aproximações antropológicas através do referencial psicodramático. Afinal, através do contato e do convívio com a diversidade, é que se pode ter visões expandidas, aceitar e ser aceito nas diferenças, confrontar, negociar, encontrar e se reencontrar.
Um afro abraço.
fonte: "Concepções de beleza em famílias negras: um olhar psicodramático", de autoria de Listhiane Pereira Ribeiro, sob orientação de Zoé Margarida Chaves Vale, foi apresentada ao IMPSI e à Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte, para obtenção do título de Psicodramatista, em abril de 2010. . A Lei nº 10.639/2003 prevê a inclusão, no currículo oficial da rede de ensino, a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-brasileira", nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados (Fundação Roberto Marinho, 2006).
A concepção de beleza na família quilombola se centra na grande influência da matriarca, pela ausência da figura paterna em termos reais e simbólicos e a demonstração de grande interação com o meio ambiente, a terra do quilombo: "o que eu acho bonito, no meu modo de pensar, é a natureza.
As diferenças étnicas estão dadas. Cabe a cada família a escolha de como viver com elas: seja de forma conservadora, seja de forma espontânea. Há de reconhecer que existe riqueza cultural e uma beleza peculiar em ambas as modalidades.
Este tema é complexo, interligado a várias dimensões psicossociais e culturais; as concepções são construídas ao longo de várias matrizes e estão em constante reatualização. Por isso, a variedade de métodos utilizados facilitou sobremaneira o levantamento de dados, a confirmação de algumas hipóteses e posterior .
Para temas relacionados às culturas e relações étnico-raciais, incluindo a questão da beleza, se que problematiza, através da dramatização, as questões éticas, psicossociais e culturais de determinado problema social de um grupo ou uma comunidade.
Para os que desejam realizar aproximações antropológicas através do referencial psicodramático. Afinal, através do contato e do convívio com a diversidade, é que se pode ter visões expandidas, aceitar e ser aceito nas diferenças, confrontar, negociar, encontrar e se reencontrar.
Um afro abraço.
fonte: "Concepções de beleza em famílias negras: um olhar psicodramático", de autoria de Listhiane Pereira Ribeiro, sob orientação de Zoé Margarida Chaves Vale, foi apresentada ao IMPSI e à Faculdade Metropolitana de Belo Horizonte, para obtenção do título de Psicodramatista, em abril de 2010. . A Lei nº 10.639/2003 prevê a inclusão, no currículo oficial da rede de ensino, a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-brasileira", nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados (Fundação Roberto Marinho, 2006).
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