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segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Lenda ou verdade : Anastacia a escrava de Olhos Azuis

O livro “Santo de Casa Também Faz Milagre: A Construção Simbólica da Escrava Anastácia” escrito pela Mônica Dias de Sousa, levanta uma hipótese do culto a Escrava Anastácia tenho
sido criado na década de 70. Uma das descobertas é referente a imagem mais conhecida dela, que pode ser uma reprodução tirada do livro “Voyage Auour Du Munde”, escrito pelo pesquisador francês Etienne Arago, publicado nu século XIX. 
A historia da Anastácia começa em 1740, quando um navio negreiro de nome Madalena, desembarca no porto do Rio de Janeiro, trazendo a bordo a princesa Delminda, oriunda de uma tribo bantu, da família do rei Galanga. Ele viria ser conhecido depois como Chico Rei – personagem da historia oficial de Minas Gerais, responsável pela alforria de seu povo através da extração de ouro.
Histórico

A existência da escrava Anastácia é colocada em dúvida pelos estudiosos do assunto, já que não existem provas materiais da mesma.

Seu culto foi iniciado em 1968, quando numa exposição da Igreja do Rosário do Rio de Janeiro em homenagem aos 80 anos da Abolição, foi exposto um desenho de Étienne Victor Arago representando uma escrava do século XVIII que usava Máscara de Flandres que permitia à pessoa enxergar e respirar, sem, contudo, levar alimento àboca.

No imaginário popular, a Escrava Anastácia era uma escrava de linda de rara beleza, que chamava atenção de qualquer homem. Ela era curandeira, ajudava os doentes, e com suas mãos, fazia verdadeiros milagres. Por se negar a ir para a cama com seu senhor e se manter virgem, apanhou muito e foi sentenciada a usar uma máscara de ferro por toda a vida, só

tirada às refeições, e ainda sendo espancada, o que a fez sobreviver por pouco tempo, tempo esse durante o qual sofreu verdadeiros martírios. Quando Anastácia morreu, seu rosto estava todo deformado. Escrava Anastácia é cultuada tanto no Brasil quanto na África.

Há um Santuário da Escrava Anastácia no Rio de Janeiro, mais precisamente na Rua Taubaté, 42, Oswaldo Cruz.

Primeira Versão

"- A escrava Anastácia seria filha de Delminda, uma bela princesa banto que foi trazida como escrava para o Brasil num navio negreiro e, depois de vendida, foi violentada por seu dono, engravidando".
Anastácia, nome grego que signiica "Ressurreição, teria nascido em 12 de maio de 1741. Era uma mulata dotada de rara beleza, tinha os olhos azuis, era muito inteligente e tinha o dom da cura, apenas impunha as mãos e as doenças desapareciam. A beleza e bondade de Anastácia incomodavam as mulheres brancas, que com inveja começaram a persegui-la.

Os homens a perseguiam, tentando roubar sua virgindade. Mas Anastácia era protegida pelo senhor Joaquim Antônio,, filho da senhora do engenho, Joaquina Pompeu, e não permitia que ningu´pem abussasse dela. Mas Joaquim estava há muito tempo apaixonado por Anastácia e começou a assediá-la, rogando um amor que lhe era negado.Então, seu amor transformou-se em ódio, e oaquim mandou que se colocasse em Anastácia uma máscara de folha de flandres, usada nas minas para que os escravos não engolissem as pepitas de ouro. Anastácia viveu assim amordaçada durante anos, só lhe sendo retirada a máscara para comer. Por fim a bela escrava adoeceu gravemente, e mesmo antes de morrer ainda curou seu algoz de uma doença pulmonar grave. Anastácia morreu vítima de gangrena em seu pescoço e boca. Então desde essa data se espalharam pelo país relatos de curas e graças alcançadas por sua intercessão.

Segunda Versão

Tenso sido descoberto o Brasil no ano de 1500, e não suportanto os índios nativos os trabalhos pesados, logo os colonizadores e governantes precisaram importar escravos para a lavoura e outros afazeres. Daí vieram os célebres navios negreiros, aprisionando os pobres

negros africanos, que eram capturados em sua terra para aqui serem vendidos como escravos.

Eram os desventurados negros oriundos, em sua maioria, de Guiné, Congo e Angola. Entre eles veio uma princesa Bantu de nome Anastácia, que se destacava pelo seu porte altivo, beleza dos traços fisionômicos e sua juventude.

Era bonita de dentes alvos e lábios sensuais, olhos azuis onde sempre se notava uma lágrima a rolar silenciosa. Teria sido mucama de uma família nobre que, ao regressar a Portugal, a teria vendido a um rico senhor de engenho. Foi levada por seu novo dono para uma fazenda perto do Rio de Janeiro, onde sua vida passou por uma brutal transformação.

Cobiçada pelos homens, invejada pelas mulheres, foi amada e respeitada pelos demais escravos, nos quais encontravam uma conselheira amiga e alguém que tinha poderes de cura para os males do corpo e da alma.

Estóica, serena, submissa aos algozes até morrer, assim ela viveu até o fim. Chamavam-na Anastácia pois esse foi o nome que recebeu no batismo católico. Trabalhava na lavoura, e um dia, ao comer um torrão de açúcar, foi vista pelo malvado feitor que, chamando-a de ladra, colocou-lhe uma mordaça na boca. Esse castigo era infame e chamou a atenção da Sinhá Moça que, vaidosa e ciumenta da beleza da escrava, tinha receio que seu marido se apaixonasse por ela, mandando colocar também uma gargantilha de ferro em Anastácia.

Anastácia morreu no Rio de Janeiro depois de anos de agonia. Os restos mortais estavam na Igreja do Rosário e sumiram após um incêndio, fazendo com que a crença popular tornasse a moça um mito religioso, capaz de realizar, ainda nos dias de hoje, verdadeiros milagres. Por isso, muitas entidades, ligadas não somente às lideranças negras, femininas ou masculinas, como as comunidades religiosas afro-brasileiras, particularmente as ligadas à religião católica, estão unidas no propósito de solicitar ao Papa, a beatificação da escrava Anastácia.Um dia, o filho do casal cai doente sem que ninguém o consiga curar, em desespero os pais recorrem a escrava Anastácia e pedem sua cura, que se realiza para o espanto de todos. Mas Anastácia já estava muito doente, com gangrena, por causa da tortura que lhe fora imposta, e veio a falecer pouco depois, embora tenha sido levada para o Rio de Janeiro para ser tratada.

O feitor, a Sinhá Moça e o marido desta ficaram com tanto remorso, que fizeram o velório de Anastácia na capela da fazenda. Declaram-na forra depois de morta e sepultaram-na na igreja. Tarde demais se arrrependeram... 

Se liga:
Cultuada no Brasil como santa e heroína, considerada uma das mais importantes figuras femininas da história negra, a saga da escrava Anastácia ainda tem o poder de nos emocionar
. Muito bonita, tornou-se objeto de desejo e obsessão do feitor de sua fazenda. Por nunca ter aceitado o assédio do rapaz, foi violentada e condenada a viver com uma máscara no rosto, que era retirada apenas durante as refeições.

Oficialmente a historia de Anastácia foi recuperada em 1968 na exposição sobre os 80 anos da Abolição da Escravatura, na Igreja do Rosário, cidade do Rio de Janeiro. A partir dali começou a devoção que hoje é estimada em 28 milhões de fiéis. Há inclusive um santuário da Santa Negra, no bairro Vaz Lobo.

Um afro abraço.

fonte:www.sobrenatural.org

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