UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Os Desafios do Negro para Mundo um Lugar Melhor...

Em meio a uma sociedade intolerante e excludente, a iniciativa de alguns indivíduos foi fundamental para que houvesse mais igualdade independentemente de sexo, raça e cor. Neste contexto, alguns personagens negros conseguiram fazer coisas incríveis e tornar o mundo um lugar melhor, provando que o preconceito não passa de ignorância e falta de informação.

"O Movimento Negro é um movimento social composto por negros de diversas origens étnicas, que defendem a igualdade civil entre as pessoas, independentemente de sua ascendência racial, mesmo afirmando que a raça humana é uma só..."
Assim como em outros movimentos sociais, o movimento negro é liderado por indivíduos que percebem a relevância da igualdade racial para o desenvolvimento: a grande motivação do movimento negro é republicana e seu maior argumento advém das próprias estatísticas governamentais: negros são a maioria em presídios, favelas, escolas públicas, becos, filas de restaurante de frango frito e entre os estratos menos favorecidos da população, mesmo com as iniciativas adotadas pelos governos desde o processo de redemocratização.

Na América Latina- Felizmente começa a entoar um canto que é fruto de mais de 500 anos de resistência e luta das comunidades negras: o de desnaturalizar para sempre as teorias que pregam a inferioridade racial e as desigualdades sociais e raciais.

Essas teorias, difundidas no passado e que legitimavam o sistema escravista em todos os nossos países, ainda, dois séculos depois de oficialmente abolido esse sistema, se manifestam de formas ora sutis, ora brutais em todos os países, especialmente naqueles em que a população negra representa uma parcela significativa da população nacional.

Existem fatores estruturais determinantes das condições de vida das populações negras na América Latina, pois, embora o seu tamanho e posição social variem de forma considerável entre um país e outro, têm traços comuns em todo o continente. A população negra tem situação desfavorável no mercado de trabalho, é mais atingida pelo vírus HIV, tem menos acesso às universidades e à qualificação profissional e detém as maiores taxas de analfabetismo. A mortalidade infantil e materna é muito maior entre os negros, assim como o número de negros mortos por doenças e homicídios: o dobro em relação à população branca.

Existe uma ameaça permanente de destruição da cultura negra e de suas manifestações religiosas, assim como de sua expulsão dos lugares de moradia e sustento, os quilombos, negando-lhes o direito à vida. Em todo o continente, apesar das peculiaridades inerentes a

cada região, há uma violência declarada, especialmente contra a mulher e a juventude negra, como a negar a toda essa população o fortalecimento de sua identidade étnica. A luta por essa identidade passa pela defesa de direitos e a denúncia da naturalização do racismo na sua formulação ideológica contemporânea.

A naturalização do racismo se manifesta quando as condições de discriminação, construídas historicamente são consideradas “coisas do passado”. Isso conduz a um fatalismo, que traz em si a omissão e a apatia, a pseudo paciência ou conformação: “sempre foi assim, vai continuar assim”, que nega às pessoas negras a construção de projetos de vida como homens e mulheres iguais. Esta naturalização é um fenômeno que contribui ainda para sepultar valores como o multiculturalismo e o sentido de humanidade que são fundamentais no mundo civilizado.

Existem dois setores básicos da sociedade nos quais o processo de desnaturalização tem que ser enfrentado com coragem e ousadia: o mundo do trabalho e o mundo da educação. A construção da cidadania passa necessariamente pela garantia do direito ao trabalho e a oportunidade de acesso a um sistema educacional de qualidade, que se constituem em um caminho para o direito à vida.

O movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos foi a campanha por direitos civis e igualdade para a comunidade afroamericana nos Estados Unidos. Os negros foram escravizados nos EUA, de 1619, trazidos da África por colonos ingleses, até 1863, com o fim da Guerra Civil, a Proclamação de Emancipação e o início da Reconstrução Americana. A escravidão foi a base da economia dos estados do Sul, e marcou profundamente as relações sociais nessa região.

Temos como exemplo desta nova fase a Marcha de Washington, em 28 de agosto de 1963, que exigia não só direitos políticos, mas também emprego e liberdade, social, cultural e política. As organizações de luta pelos direitos dos negros utilizavam uma “cultura de protesto”, que se servia de canções, comícios e práticas de solidariedade para criar comunidades coesas e diminuir o medo da repressão branca. Neste contexto, diversos negros, principalmente os mais jovens, passam a buscar na cultura africana um traço de identidade, criando para a sua comunidade hábitos, ritmos, e maneiras próprias de pensar e se vestir.

Líderes como Martin Luther King, Malcolm X e grupos como os Panteras Negras, tiveram diferentes estratégias de ação. Enquanto Luther King tinha uma política fortemente moral e religiosa que apelava para a retórica americana do valor da liberdade e a justiça social bíblica, baseada na não violência e na desobediência civil, Malcolm X apelava para o nacionalismo negro, e os Panteras Negras para o seu direito de auto defesa. A cada novo protesto ou movimento que surgia, a repressão por parte da polícia e de parte da comunidade branca se dava de maneira muito violenta: militantes eram atacados, espancados e presos; igrejas negras sofriam atentados e ativistas eram assassinados.

Estes eventos tiveram ampla cobertura da mídia e, diversas vezes, foram utilizados e divulgados em rede nacional. A cobertura desses eventos chocou a nação e teve grande

impacto na sociedade a favor dos negros. Com a generalização dos protestos, que passaram a ter nível nacional, jovens negros invadindo cinemas, freqüentando escolas, cafeterias e outras áreas reservadas para brancos, além das rebeliões urbanas e do mal estar causado na sociedade com a divulgação destes eventos, o governo foi forçado a agir.

Entre 1964 e 1967, o presidente Lyndon Johnson estabeleceu uma série de atos legislativos que proibiam aos poucos a discriminação contra os negros. Apesar da segregação formal ter acabado, os negros continuaram vítimas de exclusão, principalmente econômica, o que fez com que seus protestos perdurassem por, pelo menos, mais uma década. O Hip Hop, surgido no fim da década de 1970, é mais um exemplo da resistência negra e da afirmação de sua cultura.
Criado por jovens negros para protestar contra a violência, a discriminação e a desigualdade social a que estavam submetidos, este movimento tem ecos até hoje em nossa sociedade. Com suas letras criadas pelos MC´s, a mixagem do som sob a responsabilidade do DJ, o Break, com seu gingado particular e o Grafitti marcando os muros das cidades, o Hip Hop é uma das mais fortes expressões da cultura jovem negra em todo o mundo.

A luta de Mandela e nossa luta...
O mundo viu no apartheid, onde a segregação racial era lei de Estado na África do Sul, uma das facetas mais deploráveis e condenáveis do homem: a de se buscar na cor das pessoas formas de se excluir uma determinada etnia. O sul-africano Nelson Mandela, mais conhecido como o Madiba, apelido que remete ao seu clã, deixou um legado à África do Sul e ao mundo. Por quê? Ele era um entusiasta de algo que jamais deveria ser motivo de preocupação: o convívio pacífico entre brancos e negros. Mandela cresceu, viveu e foi preso em seu próprio país, onde os negros eram estrangeiros em seu próprio país.


De 1948 a 1994, a África do Sul viveu sob o apartheid, política implementada pelo Partido Nacional que delimitou, por exemplo, lugares para brancos e negros na sociedade. O absurdo chegou ao ponto de se ter espaços públicos separados - como praças e, inclusive, o casamento inter-racial. No entanto, antes mesmo do Apartheid, a África do Sul já sofria com práticas racistas - originárias do sistema colonial -, mesmo depois de já extinta a escravidão nas colônias britânicas.

Ainda na década de 50, Mandela e o seu colega Oliver Tambo abriram, em sociedade, o primeiro escritório de advocacia voltado a defender os direitos dos negros. E de fato era preciso que alguém fizesse algo. Serviços públicos, como saúde e educação, que deveriam ser ofertados pelo Estado sem distinção eram oferecidos de acordo com a cor da pele. Nesse cenário de discrepâncias e de um Estado negligente e, acima de tudo, racista Mandela enveredou para a luta armada. Como integrante do Congresso Nacional Africano (CNA) - grupo multirracial que lutava contra o apartheid -, Mandela foi até a Etiópia e recebeu treinamento de guerrilha para lutar contra a segregação racial de um Estado policial e racista.


-Mandela foi o principal líder do MK, braço armado do CNA, partido de oposição ao governista Partido Nacional, que sustentava a política do Apartheid. A exemplo de tantos outros líderes africanos recebeu treinamento para a guerrilha e terrorismo - fabricação de

bombas, minas terrestres - em países da órbita soviética _ pontua o escritor e professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, Percival Puggina.

Em 1964, Mandela é julgado e condenado, por sabotagem, à prisão perpétua, quando ficou encarcerado por quase 30 anos na prisão. Ainda na década de 80, o mundo pede pela libertação do sul-africano, o que ocorreria apenas em 1990. No mesmo ano, o Conselho Nacional da África (CNA) - onde Mandela militava - é restituído e, quatro anos depois, em 1994 é eleito pelo CNA (com 62%) presidente da África do Sul, aos 75 anos. Maior feito de Mandela foi em buscar a reconciliação entre brancos e negros e, com isso, impedir uma guerra civil, destaca o chefe do Departamento de História da UFSM Vitor Biasoli.


No Brasil, "temos um racismo velado", ainda velado...
Sempre há risco na inovação, mas sem a coragem não se chega a lugar algum. O risco, acredito, é o da contestação, do não enquadramento. Mas a diferença de opinião tem que ser
(e é) respeitada em nossa empresa. Todas as opiniões são bem-vindas, toda crítica é ouvida e procuramos entendê-la em sua essência, mas não abrimos mão de um ambiente de trabalho que acolhe a todos e valoriza cada indivíduo.
O Politiza traz um inquietante questionamento: E, aqui, no Brasil somos ou não racistas? É bem verdade que, felizmente, o racismo nunca contou com o apoio do Estado. Porém, o racismo no país é presente e recorrente no dia a dia. Exemplo disso, são as piadas maldosas ditas por muitos brasileiros envolvendo afrodescendentes.

- O negro pobre é mais pobre do que o branco pobre. É preciso muita política de inclusão social. Em tudo isso, há, sim, uma questão de pele. É preciso reparar essa dívida histórica.


Para enfrentar essa profunda desigualdade racial, o relatório defende a necessidade urgente de implantar no Brasil políticas universalistas e focalizadas, incluindo ações afirmativas. O Pnud avalia que as políticas de cotas têm por objetivo minimizar o peso das condições socioeconômicas no ingresso nas universidades ou no serviço público, mas ressalva que esse tipo de medida é apenas uma das formas de implementação de ações afirmativas. Apesar de reconhecer a importância do estado na luta contra o racismo, o relatório destaca que esse objetivo só será atingido se for adotado pela sociedade brasileira como um todo.

Se liga:A lei de cotas é necessária para alertar as pessoas sobre as desigualdades que nosso país enfrenta. Ela pode ser importante como um processo transitório que leva à mudança de paradigmas e comportamentos a longo prazo. O ideal seria não termos essa preocupação e que a presença de pessoas com deficiência ou negras fosse natural e fluida nas escolas e nos postos de trabalho. Mas não é.


Um afro abraço.

fonte:unegro/www.ipea.gov.br/desafios/

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