UNEGRO - União de Negras e Negros Pela Igualdade. Esta organizada em de 26 estados brasileiros, e tornou-se uma referência internacional e tem cerca de mais de 12 mil filiados em todo o país. A UNEGRO DO BRASIL fundada em 14 de julho de 1988, em Salvador, por um grupo de militantes do movimento negro para articular a luta contra o racismo, a luta de classes e combater as desigualdades. Hoje, aos 33 anos de caminhada continua jovem atuante e combatente... Aqui as ações da UNEGRO RJ

domingo, 22 de fevereiro de 2015

Um dialogo sobre responsabilidade social e Guiné Equatorial no carnaval brasileiro...

O governo da Guiné Equatorial dizer que não patrocinou a Beija-Flor, que venceu o carnaval com um enredo em homenagem ao país, e afirmar que a iniciativa partiu de “empresas
brasileiras”, a Odebrecht - uma das companhias citadas - negou, nesta quinta-feira, que tenha patrocinado o enredo da Beija-Flor. A empreiteira afirmou ainda que sequer realizou obras na Guiné.

“A Odebrecht não patrocinou o desfile do Grêmio Recreativo Escola de Samba Beija-Flor, do Rio de Janeiro. A Odebrecht esclarece ainda que nunca realizou obras na Guiné Equatorial. A empresa chegou a manter um pequeno escritório de representação no país africano, mas ele foi desativado em 2014”, diz a nota.

Em 2011, segundo a “Folha de S. Paulo”, o diretor de relações institucionais da Odebrecht, Alexandrino Alencar, integrou a comitiva de uma viagem do governo brasileiro à Guiné. Na ocasião, o representante oficial da delegação brasileira...

O carnavalesco da Beija-Flor citou ainda a Queiroz Galvão — que, assim como a Odebrecht, está envolvida nas denúncias da Operação Lava-Jato — e o grupo ARG como financiadores do carnaval. Procurada, a Queiroz Galvão afirmou que vai se posicionar durante o dia. Em seu site oficial, o grupo ARG afirma que atua na Guiné desde 2007 e destaca a execução de duas obras rodoviárias no país: entre as cidades de Añisok e Oyala e a ligação entre Oyala e Mongomeyen. Nenhum representante do grupo ARG foi encontrado até o fim da manhã desta quinta-feira para comentar o caso.(De O Globo)

Sempre foi claro desde o princípio dos tempos que não se pode servir a Deus e ao dinheiro ao mesmo tempo. É também claro e nítido que, nessa terra, se serve mais ao dinheiro do que a outra coisa qual seja ela. E aí, surge o horror de saber que a escola de samba Beija-flor recebeu 10 milhões de dólares da Guiné Equatorial, ( o que a escola nega veemente que fique registrado) um país marcado por miséria, violência, exploração sexual, desrespeito aos direitos humanos, guerra de tribos, ou seja, "degustando a versão gourmet" de tudo que temos de podre na nossa espécie. O desfile foi bacana e com um tom realista, pois trazia um leve odor de desigualdade. Mas desigualdade, a gente já conhece o cheiro e está acostumado.
A Guiné Equatorial é um dos maiores produtores de petróleo do mundo, mas com um dos

piores IDH do planeta (144º lugar, segundo a ONU). Riqueza mal distribuída e concentrada na mão de pouquíssimos (políticos, é óbvio). Segundo órgãos internacionais, menos da metade de população tem acesso à agua potável e 1 em cada 5 crianças morre antes de completar 5 anos. O país tem um governo autoritário que viola direitos humanos, civis, políticos, enfim, todo tipo de direito. É considerado por organizações internacionais como um dos países com mais casos de trabalho escravo e exploração sexual no mundo. Enfim, a antessala do inferno, no carro de abre alas.

"A Guiné Equatorial presencia há mais de 30 anos uma das mais cruéis ditaduras do mundo, sendo um dos países mais pobres do continente africano. Obiang faz o que quer e governa por decreto. Ano passado, aqui mesmo, já escrevi sobre Obiang e a entrada de Guiné Equatorial à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)."

De outro lado, temos a Suíça (3º IDH do planeta). Eles não têm petróleo, não tem mar, não tem ouro (deles pelo menos), não têm grandes tecnologias dominantes no planeta como os EUA, Alemanha ou Japão, nem grande mercado consumidor como a CHINA. Enfim, não têm nada que os fizessem ter o dinheiro que têm. Com a Suíça nos vem à mente a ideia de relógios precisos, chocolate de boa qualidade, montanhas com neve e homens bonzinhos vestido de verde e cantando uma musiquinha que nos faz lembrar pagamento (oleriteeeee....).
Entretanto, eles descobriram  que dinheiro é dinheiro desde sempre e resguardam desde os primórdios a imoral neutralidade útil (são amigos de Deus, mas também são parceiraços do Diabo) e com isso, as contas secretas (numeradas) que permitem que todo o dinheiro podre do planeta flua para lá e seja protegido por eles, drogas, corrupção, tráfico de gente, trabalho escravo, venda de arma ilegais, roubos de toda sorte e maneira. Os dentes de ouro arrancados das bocas de judeus e ciganos em Auschwitz viraram cifras e talvez ainda repousem nos cofres suíços sob o sigilo de suas leis. Por que implicar com o dinheiro dos nazistas se somos neutros, diriam eles. "Tragam seu dinheiro para cá,meine freunde"
Pois é isso... sempre valeu a máxima bíblica de que não se pode servir a Deus e ao dinheiro, mas ingênuo é quem acredita que ainda se tem dúvidas a quem servir nessa terra de expiação.


Em momento algum estou justificando a história de a Beija-Flor aceitar dinheiro da Guiné Equatorial, ainda mais se tratando de escola de samba (como outras tantas) que já teve seu nome associado à contravenção e outras fontes financeiras ilegais. Estou só dizendo que nada há de novo sob esse sol. Sou humano e nada do que é humano me é estranho (Terêncio). Acho imoral, mas não me surpreendo com minha espécie.

Mais minha gente...
Por mais que os carnavalescos da escola tentam explorar as belezas e lendas africanas, em determinadas partes do samba enredo notam-se as palavras “liberdade” e “igualdade“. São, de fato, palavras que não se encaixam na realidade de Guiné Equatorial. Este pequeno país africano tem uma considerável concentração de capital numa exígua parcela da sociedade,

enquanto a grande parte do povo vive na pobreza, sendo que este próprio povo é impedido de expressar suas opiniões e exercer seus direitos.

Finalizando:
Muitos brasileiros comemoraram o carnaval e o desfile e vitoria da Beija-Flor com entusiasmo e alegria, mais tendo conhecimento de que a maioria do povo da Guiné Equatorial; sobrevive com menos de 1 dólar por dia. enquanto o ditador veio ao Brasil com uma comitiva de aproximadamente 40 pessoas hospedadas no Copacabana Palace pagando  diária de R$7.000,00 por pessoa , bem entre outros gastos absurdos que não teria problema algum se fosse outra á conjuntura e trajetória destes gastos .... O luxo da Beija-Flor neste ano poderia ser investido em políticas sociais para este povo sofredor da Guiné Equatorial e nos deixa com um gosto amargo na garganta.
Mais também como fazemos com muitas mazelas no próprio Brasil fechamos os olhos para o que ocorre na África e aceitamos o dinheiro proveniente de regimes ditatoriais e da indústria petrolífera...

- Bem gente peguei pesado ? Acho que não e apenas um dialogo  como tantas outros que estão em vários sites e blogs...


Um afro abraço

fonte:www.niteroimais.com.br/http://www.carnavalesco.com.br/noticia/beija-flor-recebeu-r-10-milhes-da-guin-equatorial-segundo-jornal/

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Civilizações africanas da Antiguidade: O reino de Kush.

O antigo reino de Kush (ou Cuche) dominava uma região africana ao sul do Egito, na época
chamada Núbia, que hoje faz parte do Sudão. A princípio era uma colônia egípcia, mas depois conseguiu sua independência e dominou o Egito e boa parte do vale do rio Nilo. A civilização de Kush reunia a cultura egípcia e a de outros povos africanos.

Os cuchitas, como seu povo era chamado, eram africanos negros, agricultores na maioria, mas entre eles havia também artesãos e mercadores. Às vezes capturavam pessoas de outros povos e tornavam os cativos seus escravos.
O reino de Kush era muito rico, possuía minas de ouro e terras cultiváveis. Além disso, ficava numa ótima localização para comerciar com outros povos. Os cuchitas transportavam mercadorias pelo rio Nilo e também por estradas que levavam ao mar Vermelho. Vendiam ouro, incenso, marfim, ébano, óleos, penas de avestruz e pele de leopardo.Dentre os reinos núbios, um merece destaque: Kush (ou Cush). Não se sabe ao certo quando surgiu o reino de Kush, mas documentos egípcios já citam os kushitas desde o século 20 a.C. A primeira capital de Kush teria sido Kerma, na região da terceira catarata do Nilo, mas a capital kushita mais importante foi Napata, próxima da quarta catarata do Nilo. Muitos arqueólogos supõem que a transferência da capital para uma região mais ao sul foi uma forma de os kushitas se afastarem da ameaça egípcia.
Num revés da história, ainda pouco compreendido, mas ligado ao enfraquecimento do Egito, causado por disputas políticas internas, em 713 a.C. o rei kushita Shabaka invadiu e controlou o Egito, iniciando assim a 25ª Dinastia. No Antigo Testamento, encontramos várias citações sobre os temíveis guerreiros negros do império kushita.

Contudo, em sua expansão pelo delta do Nilo, os kushitas entraram em contato com guerreiros ainda mais poderosos: os assírios (da Mesopotâmia). O rei assírio Assaradão tentou conquistar o Egito governado pelos kushitas, mas foi derrotado. Seu sucessor, Assurbanipal, no entanto, ocupou o delta do Nilo em 663 a.C.

A partir de então os kushitas se retiraram para o sul e mantiveram o controle sobre a Núbia, a partir de Napata. A fim de se afastarem ainda mais dos conflitos do território egípcio, os kushitas transferiram sua capital para Meroé (século 6 a.C.), ainda mais ao sul. Essa cidade era um dos mais importantes entrepostos comerciais entre a África e o mar Vermelho, além de possuir ricas minas de ferro. (A tecnologia de fundição do ferro é uma das principais características dos povos africanos dessa região. Aliás, quando os portugueses chegaram à África, no século 15 d.C., aprenderam com os africanos como fundir ferro de maneira mais eficiente.)

Enquanto o Egito foi sucessivamente conquistado por assírios, persas, macedônicos e romanos, o reino de Kush (a partir de então também conhecido como reino Meroíta) manteve sua independência por mais 9 séculos (alguns historiadores falam em 8 séculos), controlando várias rotas comerciais que ligavam o interior da África ao mar Vermelho, e ainda mantiveram relações amistosas com os faraós da linhagem macedônica (os ptolomaicos).

Quando os romanos conquistaram o Egito e não conseguiram submeter os kushitas, cortaram
o comércio kushita com o Oriente Médio e o Mediterrâneo, o que levou Meroé a uma progressiva crise econômica. No século 4 d.C., a já decadente Meroé foi conquistada por povos vindo do Chifre da África (ou península Somali): os axumitas.


Um afro abraço.

fonte:www.brasilescola.com

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Carnaval:Ritmo acelerado de baterias é toque para orixás ...

"A sensação de ouvir foi, durante séculos, dominada pela percepção visual. Mesmo que
pesquisas científicas mais recentes tenham recuperado este sentido enquanto seus aspectos físico, cultural e mesmo social, discursos analíticos no campo da antropologia permanecem centrados no imagético e são poucos aqueles que contrapõem a discussão sobre o som à predominância da visualidade nas ciências humanas e sociais."

A oralidade é um fator decisivo nas civilizações africanas. Ela é a via condutora de todo o conhecimento ancestral passado de geração a geração. As palavras, os versos, os poemas que guardam a história, os mitos e ritos africanos são preservados pelos arquivos orais dos velhos e velhas. Mais do que o desenvolvimento da memória, a palavra é o veículo da verdade sagrada africana – verificável no mundo real - legada pelos antigos. Foi à palavra que preservou viva a memória coletiva africana.

Os ancestrais míticos e de osso – osso do mesmo osso – são invocados para dançar e despejar forças místicas – axé - sobre seus filhos e filhas. Na capoeira, os africanos aprenderam a arte da valentia na vida. Mais do que um jogo de roda, a capoeira é um jogo na “roda da vida”, com ataque, ginga, golpes traumáticos, desequilibrantes e de construção das identidades negras. A roda de samba é um pouco da síntese dessas rodas anteriores. O samba é um candomblé profano, onde são lembrados os ancestrais míticos do gênero. O samba é a capoeira do sambista, que desafia tudo e todos para criar sua referência cultural, em versos, prosas e música.

Se liga: A maioria das escolas nasceu no morro e tinha essa ligação forte com o candomblé. Dizem os antigos que os surdos de terceira (marcação) eram tocados apenas por ogans. São Sebastião ou Oxossi é padrinho da escola e da nossa bateria. Antes, o toque para ele era percebido porque desfilavam

O samba
Gênero musical binário, que representa a própria identidade musical brasileira. De nítida influência africana, o samba nasceu nas casas de baianas que emigraram para o Rio de Janeiro no princípio do século. O primeiro samba gravado foi Pelo telefone, de autoria de
Donga e Mauro de Almeida, em 1917. Inicialmente vinculado ao carnaval, com o passar do tempo o samba ganhou espaço próprio. A consolidação de seu estilo verifica-se no final dos anos 20, quando desponta a geração do Estácio, fundadora da primeira escola de samba. Grande tronco da MPB, o samba gerou derivados, como o samba-canção, o samba-de-breque, o samba-enredo e, inclusive, a bossa nova.

A Escola de Samba
Uma coisa é o samba. Outra, a escola de samba. O samba nasceu em 1917. A primeira escola surgiu uma década mais tarde. Expressão artística das comunidades afro-brasileiras da periferia do Rio de Janeiro, as escolas existem hoje em todo o Brasil e são grupos de canto, dança e ritmo que se apresentam narrando um tema em um desfile linear. Somente no Rio, mais de 50 agremiações se dividem entre as superescolas e os grupos de acesso.
O desfile das 16 superescolas cariocas se divide em dois dias (domingo e segunda-feira de carnaval), em um megashow de mais de 20 horas de duração, numa passarela de 530 metros de comprimento, onde se exibem cerca de 60 mil sambistas. Devido à enorme quantidade de trabalho anônimo que envolve, é impossível estimar o custo de sua produção. Uma grande escola gasta cerca de um milhão de dólares para desfilar, mas este valor não inclui as fantasias pagas pela maioria dos componentes, nem as horas de trabalho gratuito empregadas na concretização do desfile (carros alegóricos, alegorias de mão, etc.). Com uma média de quatro mil participantes no elenco, cada escola traz aproximadamente 300 percusionistas, levando o ritmo em sua bateria, além de outras figuras obrigatórias: o casal de mestre-sala e porta-bandeira (mestre de cerimônias e porta-estandarte), a ala das baianas, a comissão de frente e o abre-alas.
Primeira escola de samba: Deixa falar, fundada em 12 de agosto de 1928, no Estácio, Rio de Janeiro, por Ismael Silva, Bide, Armando Marçal, Mano Elói, Mano Rubens e outros sambistas (foi extinta em 1933).

Primeiro desfile oficial: Carnaval de 1935, vencido pela Portela.

A Percussão um toque a parte: Identidade...

Além de serem considerados instrumentos básicos na sustentação rítmica de uma bateria, as caixas e os taróis são os maiores responsáveis pela identificação musical de cada bateria. Caracterizados pelos distintos estilos de batidas que podem proporcionar, os instrumentos variam seus toques a cada escola por onde passam. Um dos responsáveis pela direção de

bateria da premiada Tabajara do Samba, Junior Sampaio sempre possuiu uma forte ligação com o instrumento e revelou que não é do nada que cada escola definiu sua batida, fato que possui uma relação com as famosas batucadas dos orixás.

O mesmo orixá protege a bateria da Verde e branco de Padre Miguel. Isso tornaria o toque das duas igual? Não. Mestre Bereco esclarece a característica peculiar da Mocidade, que custou pontos à escola no ano passado, por desconhecimento dos jurados – maioria de formação clássica.

– Enquanto nas coirmãs o primeiro surdo de marcação é grave, o nosso é agudo, o segundo (surdo) é grave e o terceiro uma nota acima do primeiro, mais aguda. Na justificativa de um dos jurados perdemos ponto porque, em vez de voltarmos das paradinhas tocando como as outras escolas, voltamos tocando invertido. O toque
invertido é uma característica da escola desde os tempos do mestre André.

Para o mestre de bateria da Mocidade, a inclusão de palestras de ex-mestres como Paulinho Botelho (ex-Beija-Flor) e Odilon Costa (ex-Grande Rio) no curso de jurados da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) ajudaria a levar aos julgadores um pouco da história das baterias:

– Os jurados têm que buscar estudar os fundamentos das baterias. Eles têm conhecimento e seria uma troca de informações bem interessante – acredita Bereco.

Orixá importado

Ex-comandante dos ritmistas do Império Serrano, mestre Átila levou para a Vila Isabel – que tem devoção à Nossa Senhora Aparecida (Oxum), mas não a reverenciava no toque da bateria – seu surdo de terceira em homenagem a Ogum:

– Os mestres de bateria antigos têm essa relação com os terreiros de umbanda. Os toques de
surdos de terceira têm essa identificação com os orixás. No Império já tinha esse toque para Ogum. Eu o levei para a Vila.

Mesmo sem ser seguidor de religiões de matriz africana, mestre Ciça não interferiu na tradição dos ritmistas da Grande Rio, sua escola há dois carnavais.

– Não tenho muito isso comigo, não. Meu estilo é muita caixa. Mas tem um grupo que toca para Ogum, sim, no surdo da Grande Rio – confirma o mestre de bateria.

Devoto de São Jorge, mestre Marcone, da Imperatriz, não gosta de misturar sua crença com as tradições da escola:

– Não há nenhum toque na bateria para o padroeiro da escola, que é São Judas Tadeu (Xangô). Sou devoto de São Jorge, mas é uma coisa pessoal e não confundo com o trabalho. Sou passageiro. Hoje estou lá, amanhã não estou mais.

Tradição em questão

.Há entre as escolas de samba, em suas origens remotas, e as casas de candomblé uma série de semelhanças que merecem ser destacadas. Estamos falando de duas instituições que funcionaram como instâncias de integração comunitária, fundamentadas na noção de pertencimento ao grupo e fincadas em uma série de rituais; todos eles alicerçados nos
princípios da tradição, da hierarquia e da etiqueta (entendida aqui como um conjunto de procedimentos normativos típicos de sociedades de corte - como eram, aliás, as sociedades africanas desarticuladas pela diáspora nos tumbeiros).

A ancestralidade africana do samba e dos candomblés e todas as implicações dos quatro séculos de escravidão no Brasil fizeram, ainda, das agremiações e das casas de culto verdadeiros templos de afirmação e invenção de identidade. Colocaram no centro da cena, como protagonistas, populações economicamente subalternas que, pela cultura, assumiram o protagonismo de suas próprias vidas.
Além desses fatores simbólicos mais gerais, a ligação íntima entre a religiosidade e o samba aparece com frequência quando estudamos o nascimento das escolas. Pais e mães de santo participaram, constantemente, dos núcleos originais das agremiações e, não raro, funcionaram como verdadeiros esteios deste processo.Com as constantes modificações do samba, muitas escolas viram sua característica básica, quando fala-se do tipo de levada da caixa, ser modificada ou até perdida no tempo. Ciente do fato, e até recentemente vivido uma situação parecida, Lolo comentou a tão polêmica alteração nas batidas, que estão sendo realizadas com uma frequência maior nos dias de hoje.

Ao analisar a dança dos orixás, não podemos nos limitar à observação superficial em relação às diversas mímicas dançadas, como: "Oxum mira-se no seu espelho, portanto é vaidosa".

Com relação à coreologia, isto é, ao estudo da dança, como fundamentado, entre outros, por Rudolf von Laban (1950), convencionou-se em definir quatro elementos básicos para uma descrição do movimento: tempo, espaço, peso e fluência. O caráter "mocional", ou seja, o caráter arquetípico de cada um dos quatro orixás enumerados acima e expressado em movimento, encontra assim a sua correspondência direta e clara:





Omolu: peso
Oxumaré: fluência


Oxum: tempo
Iansã: espaço

“A sociedade brasileira é construída sobre uma revisão das civilizações africanas. A dinâmica da sociedade é a mesma há cinco séculos, mas as questões mudaram e hoje temos a lei 10.639, que torna obrigatório o ensino da história e da cultura afro-brasileira na rede escolar.

Um afro abraço.
fonte:odia.ig.com.br/.../o.../especial-caixa-e-tarol-identidade-sonora/www.radio.uol.com.br/letras-e-musicas/samba-enredo/

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Espetáculo com a Trajetoria de Paulo da Portela....


  "A História de Paulo Benjamim de Oliveira, ; o musical
  0 Paulo da Portela", com  direção de Aduni Benton e texto de Wilson Machado, estreia dia
de março (quinta-feira) às 20h na Sala Baden Powell.( A UNEGRO RJ é uns dos apoiadores

"Com a participação especial de Zezé Motta, direção musical de Gabriel Moura, cenografia de Carlos Alberto Nunes, Figurinos de Di Bonilho e Supervisão de direção de Rubens Lima
Jr, o espetáculo trará à cena a vida de uma figura importante, que contribuiu para que o samba, gênero musical que tem origem nos morros e nas rodas dos bambas da praça Onze e que hoje é considerado patrimônio cultural e imaterial brasileiro, ganhasse visibilidade, tornando-se popular e bem aceito".

Paulo da Portela foi o elo que propagou a interação entre artistas, intelectuais, políticos e o universo do samba, uma colaboração inestimável para o reconhecimento e ascensão dessa expressão artística nascida nas camadas populares da sociedade.

Três atores se revezam a viver Paulo da Portela: Wilson Rabelo (que na peça, faz o Paulo narrador), Leonardo Castro (Paulo jovem) e Thiago Justino (que encarna o personagem já no fim da vida). No espetáculo, Paulo trafega por estações de sua vida, revivendo emoções adormecidas no baú de sua memória. Leveza e elegância, garra e determinação,
Adicionar legenda
incompreensão e desejo, alegrias e mágoas permeiam um desfile de acontecimentos marcantes em companhia de amigos e companheiros como Cartola, Heitor dos Prazeres Antônio Rufino e Antônio Caetano.

"A peça mostra a essência desse extraordinário homem, sensível, mas combativo defensor do povo negro, que estava à frente de sua época e brigava pela dignidade e respeito ao sambista", explica Aduni Benton que também dirige a Cia É tudo Cena! - grupo teatral
voltado para a pesquisa, valorização e promoção da cultura negra e afrodescendente brasileira e responsável pela montagem.

"A História de Paulo Benjamim de Oliveira, o Paulo da Portela" tem idealização de Umberto Alves Sobrinho Neto do Paulo da Partela. pesquisa de Maria Valéria, direção de produção de Marcos Paulo Silva, direção de movimentos e preparação corporal de Carlos Muttalla, e reúne também no elenco Cridemar Aquino, Douglas Moura, André Nepomuceno, Negrogum, Carlos Maia, Lucas Araújo, Carlos Muttalla, Arthur Pimenta, Maria Cayres e Chris de Paulo, além dos atores da Cia. É Tudo Cena! Leandro Nicolau, Cristina Raibolt, Ana Suely Malta e Plínio Abençoado, que estarão em cena na companhia de 3 músicos que executam ao vivo composições de Paulo da Portela e outros clássicos do samba carioca.

O espetáculo cumpre temporada de 5 a 29 de março - de quinta a domingo, no mês em que o Rio de Janeiro completa seus 450 anos, e é mais um presente para a cidade e os cariocas.

Um pouco sobre Paulo da Portela

Nascido em 18/06/1901, a história do grande Paulo Benjamim de Oliveira se confunde com o
surgimento do samba na cidade do Rio de Janeiro. Paulo da Portela (conhecido assim por ter residido na Estrada do Portela, em Oswaldo Cruz) foi um dos primeiros a lutar pelo reconhecimento profissional do sambista. Trabalhou incansavelmente a partir da década de 20, para dar dignidade aos sambistas, fazendo com que deixassem de ser tratados como marginais pela polícia.

Aos 20 anos já era conhecido nas redondezas e respeitado por todos. Estudou pouco, mas era articulado e grande orador, capaz de emocionar aqueles que o ouviam. Esteve envolvido em boa parte dos blocos que surgiram naquela época: Ouro Sobre Azul, Quem Fala de Nós Come Mosca, Baianinhas de Oswaldo Cruz, Conjunto Carnavalesco Oswaldo Cruz e Vai Como Pode - este último tendo originado a GRES Portela, em 1935. Era compositor e teve seus sambas gravados por grandes nomes na década de 30 e 40.

Em 1941, em pleno desfile, desentendeu-se com sua escola por motivo aparentemente banal.
Em 30/01/1949 faleceu vítima de um ataque cardíaco. O comércio de Madureira fechou para passagem do cortejo fúnebre e o povo chorou a saudade do seu poeta e professor.

fonte:www.sidneyrezende.com\unegro-cultura

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Fórum Social Mundial fortalece movimentos na Tunísia....

O Fórum Social Mundial (FSM) é um evento altermundialista organizado por movimentos sociais de muitos continentes, com objetivo de elaborar
alternativas para uma transformação social global. Seu slogan é Um outro mundo é possível.

"O número de participantes tem crescido nas sucessivas edições do Fórum: de 10 000 a 15 000 no primeiro fórum, em 2001, a cerca de 120 000 em 2009, com predominância de europeus, norte-americanos e latino-americanos, exceto em 2004, quando o evento foi realizado na Índia."

Os fóruns

Os fóruns são realizados anualmente. Os Dois primeiros foram em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A partir de então decidiu-se que seria itinerante(Itinerante é um termo com origem no latim cujo significado está relacionado com o ato de se deslocar constantemente, de percorrer itinerários) devendo ser sediado em várias cidades diferentes a cada ano. Em 2006 foi policêntrico (Caracas, Karacki e Bamako) e em 2008 foi descentralizado. Em 2007 foi na África, durante os dias 20 e 25 de janeiro em Nairóbi (Quênia) e em 2009, aconteceu em Belém do Pará.
O Fórum Social Mundial 2013, que aconteceu entre os dias 26 e 30 de março, em Túnis, capital da Tunísia, teve a presença de cerca de 70 mil participantes, integrantes de movimentos sociais, sindicatos e associações de todo o mundo.

Participantes podem fazer inscrições individuais, propor atividades em Túnis ou à distância, aglutinar atividades semelhantes de outras organizações e propor conjuntamente assembleias de convergência.

Tunísia 2015-
 
Por que novamente na Tunísia:

A primavera árabe vive uma certa frustração e retrocesso. Com essa

perspectiva, a próxima edição do Fórum Social Mundial, que se realizará novamente na capital de Túnis, entre 24 e 28 de março de 2015, redobra sua importância. "É necessário aumentar o nível de consciência dos cidadãos para mobilizar mais contra as injustiças, as desigualdades e em favor da liberdade e da dignidade de nossos povos”, enfatiza o pesquisador econômico marroquino Mimoun Rahmani, 46 años, membro ativo do Fórum Social de Magreb. Rahmani (foto) é também um importante analista político e social da região; militante do ATTAC (movimento em favor da aplicação de uma Taxa Tobin para punir os capitais especulativos internacionales) e membro do grupo de coordenação do Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo/ África (CADTM).
Confira as orientações do Comitê Organizador

Estão abertas as inscrições, presenciais e à distância, para a edição do FSM 2015, que terá lugar Túnis, de 24 a 28 de março. As inscrições são necessárias para o bom andamento das etapas de organização do FSM e permitem propor atividades, associar-se a outros movimentos ou organizações, propor uma assembleia de convergência, reservar um stand, etc.


Para propor uma atividade, é preciso primeiro fazer o registro individual http://registration.fsm2015.org/es/user/register), em seguida registrar uma organização ou vincular-se a uma já registrada.

LEMBRE-SE: somente as organizações poderão propor atividades ou assembleias!

Em caso de dificuldade no acesso à internet, ou de organização ou pessoa sem acesso à internet, contatar a comissão organizadora na Tunísia: contact@fsm2015.org

Telefone: 00 216-55890979 (Romdhane: FR / AR) ou 00 216-54687020 (Nils: EN / ES)


1- Inscrição Individual:

São informações necessárias para o registro:

* Nome de usuário: nome ou apelido para acesso ao seu espaço de participação
* E-mail: Seu endereço de e-mail em que você receberá um e-mail para confirmar a inscrição individual
* Preencha os outros dados como nome, sobrenome, etc. antes de enviar o formulário de inscrição, clicando em "criar uma conta"
* Quando tiver validado o registro você receberá um e-mail para confirmar a inscrição (por vezes, esta mensagem pode cair na pasta ou spam). Entre no lik enviado por email para concluir o registo individual, escolher uma senha, inserir uma foto opcional em seu perfil, etc.
Em caso de dificuldade, escreva para contact@fsm2015.org

2- Inscrição de organização:

Faça logon no site usando seu nome de usuário e senha

Siga o link "cadastre sua organização"

Preencha todos os campos relativos à sua organização

3- Sugerir uma atividade:

Como você já deve saber, o essencial no FSM são as propostas de organizações e movimentos de vários lugares do mundo. Para tornar isso possível, é necessário seguir as seguintes etapas:

Desde 15 de Novembro até 31 de janeiro de 2015 (PRORROGADAS ATÉ 10 DE FEVEREIRO), todas as organizações podem propor atividades (debates, workshops, seminários ...) no site especificando a "campanha" na qual o tema se insere. (ver lista no site)

A partir do momento que a atividade proposta é confirmada, ela se torna visível para todas as organizações e pessoas registradas no site do FSM2015. Isso garante a transparência do processo e facilita a aglutinação de atividades.

A partir das inscrições, serão definidos eixos e áreas temáticas do Fórum com base nas diretrizes emanadas das atividades propostas. Isso garante uma maior fidelidade às preocupações das organizações participantes.

Em 21 de janeiro, também começou a etapa aberta de aglutinações de atividades com questões semelhantes. Esta fase é muito importante porque
permite que o FSM de desempenhar o seu verdadeiro papel: trocar experiências, criar campanhas e ações internacionais.

De 1º a 28 de Fevereiro, serão feitas as inscrições definitivas, quando devem ser informados o tamanho das salas, as necessidades de interpretação, as preferências de data e hora, bem como a organização (ou não) de uma atividade estendida.

De 15 de 28 de fevereiro de 2015, podem ser propostas assembleias de convergências. Para ser válida, a convergência deve ser apresentado por pelo menos cinco organizações / movimentos ou 2 redes que representem pelo menos duas regiões principais do mundo.

Entre 1º e 10 de março, as diferentes propostas de convergência são aglutinadas.

No início de março, o programa do FSM 2015 será divulgado no site do evento e, finalmente, será impresso em papel.

O pagamento das atividades deve ser feito entre 1º fevereiro e 20 março de 2015.

CAMPANHAS

Antes de propor uma atividade, você deve identificar uma grande campanha com a qual a atividade se relaciona. Não se trata de espaços ou temas (que serão definidos em função das atividades propostas) mas de facilitar o processo de atividades de pesquisa e de agregação. Várias campanhas já estão propostas no site. Mas se você não encontrar uma campanha que contemple o seu projeto, agradecemos seu contato com a Comissão Metodologia do FSM 2015, pelo e-mail: methodologie@fsm2015.org


Para propor uma atividade:

1 Acesse o site usando seu nome de usuário e senha
2- Se ainda não inscreveu sua organização, faça isso
3- Preencha a guia "Sugerir uma atividade", uma para cada atividade que sua organização queira propor.

4- Escolha a campanha relativa à sua atividade (ou entre em contato com a comissão de metodologia, se necessário).
ATENÇÃO

Tendo em conta que o FSM é um espaço de convergência entre movimentos e
organizações em todo o mundo, agradecemos a gentileza de facilitar o processo de aglutinação traduzindo a descrição (e título) de sua atividade em um máximo de línguas oficiais do FSM 2015 (Inglês, espanhol, árabe, francês e português), ou em pelo menos dois desses idiomas.

Um afro abraço.

FONTE: https://fsm2015.org/pt-pt

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