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quinta-feira, 24 de março de 2016

SINCREMISMO: XANGÔ é SÃO JERONIMO....


 Comemora-se no dia 30 de Setembro o dia do Orixá Xangô, sincretizado por São Jeronimo. Ele foi doutor da igreja, nasceu na Dalmácia (Iugoslávia) no ano de 342.

Jeronimo, que significa "que tem um nome sagrado", consagrou toda a vida ao estudo das sagradas escrituras. Passava dias lendo vários autores. Por volta dos 40 anos foi ordenado sacerdote. É de São Jeronimo, a famosa tradução latina da Bíblia, chamada "Vulgata" (ou tradução feita para o povo ou vulgo) e que foi a Bíblia oficial para a Igreja Católica durante 15 séculos. Foi viver na Terra Santa, numa gruta, onde permaneceu como monge penitente e estudioso, continuando as traduções bíblicas, até falecer em 420, em 30 de setembro, com aproximadamente 80 anos de idade.

XANGÔ não é São Jeronimo, mas historicamente ocorreu o sincretismo, a aproximação das "identidades" e por tal fato comemoramos o dia de Xangô no mesmo dia de São Jeronimo. XANGÔ é o senhor da justiça, seu poder se manifesta na pedreira. E aqui um ponto de contato com a "versão" do santo católico, que também se retirou para uma vida de estudo numa gruta que, em imagens, se assemelha a uma pedreira.

Seu símbolo é o machado de duas faces, significando que o machado tanto protege seus filhos das injustiças como os punem quando as cometem e utiliza estrela de 6 pontos que representa o poder equilibrador do universo.XANGÔ é o orixá da justiça divina, com a balança de nossos atos na sua mão esquerda e seu machado na mão direita pronto para julgar e executar como bem diz a sua lei: "Quem deve paga, quem merece recebe", XANGÔ é também o irxá das pedreiras, o senhor daquilo que é imbatível, rígido que não dobra com facilidade...

Por isto talvez Xangô estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.


Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.
Filho de Oxalá e Iemanjá, Xangô é considerado rei dos orixás. No culto afro-brasileiro, Xangô é definido como a divindade das tempestades, dos raios e dos trovões. Na mitologia, Xangô cuida da administração, do poder e da justiça, representando a autoridade constituída no panteão africano. Pode-se dizer que Xangô é um dos orixás mais populares, respeitado e divulgado dos candomblés e terreiros do Brasil. O dia votivo de Xangô é a quarta-feira e a festa especial a ele dedicada acontece no dia 30 de setembro.

Orixá é uma designação genérica das divindades cultuadas pelos iorubas no Sudoeste da atual Nigéria, e também de Benin e Norte do Togo, de onde foram trazidos os negros escravizados para o Brasil e com eles suas crenças, às quais foram sendo incorporadas por outras manifestações religiosas. Os Orixás, também chamados Santos, são entidades sobrenaturais que servem como intermediários entre Deus e os homens. A maior parte deles é a personificação de forças e fenômenos da natureza. Além de todos os Orixás apresentarem dimensão espiritual, existe ainda a dimensão material, que pode ser representada por um objeto ou conjunto de objetos sobre o qual sua força espiritual é assentada através do ritual de consagração chamado de assentamento. O Orixá Xangô é apresentado como sendo um homem jovem de físico forte com estrutura óssea bem desenvolvida, ágil, sensual, arrebatando, através da dança, suas devotas. Os cânticos em louvor de Xangô têm ritmo acelerado e vibrante. Um chocalho especial chamado xereré é usado para animar as filhas de santo. A dança é executada com passos guerreiros ao som de instrumentos percussivos. Os assistentes, entusiasmados, reverenciam o santo incitando-o aos gritos de “Ôkê! Ôkê!”. Xangô vem armado com uma lança, trazendo ao pescoço colares de contas brancas e vermelhas, pulando e rodopiando vigorosamente. Seu grito é “êi-í-í”.


No local do culto (terreiro), também denominado de Xangô, há um altar ou congar chamado de Peji, onde são colocadas oferendas e comidas para o santo. O poderoso Orixá Xangô gosta de comer amalá (quiabo com camarão ou carne servido com angu de inhame ou farinha) e bejiri (quiabo com inhame, azeite, camarão, sal e cebola). Nas quartas-feiras, dia da semana consagrado a Xangô, renova-se a comida e a água do santo.
Os cultos afro-brasileiros disseminados pelo Brasil pouco diferem um dos outros no que diz respeito aos ritos, às divindades, às categorias protetoras ou às finalidades dos seus cerimoniais. Inspirado na liturgia Nagô, o Xangô (rito) é praticado por diversos grupos étnicos brasileiros, ficando conhecido por diferentes denominações, como Macumba, no Rio de Janeiro; Candomblé, na Bahia; Xangô, em Pernambuco e Alagoas; Casas de Mina ou Nagô, no Maranhão; Terreiros, no Pará, Pernambuco e Bahia; Canjerê, em Minas Gerais e Rio Grande do Sul; e Babaçuê (também chamado Batuque de Santa Bárbara), praticado na região Norte, principalmente no Pará.
Os grupos de Xangô são cultos independentes entre si, concentrados em torno da figura de um sacerdote-adivinho, com uma infraestrutura de pessoas hierarquicamente qualificadas, outras ritualmente iniciadas (filhas de santo) ou candidatas à iniciação, e os simpatizantes. As práticas rituais e das crenças religiosas foram ao longo do tempo sofrendo influências do catolicismo e das tradições indígenas. Todavia, seguem em geral o modelo das tradições religiosas dos Ewe-Fon (Jeje) e dos Yoruba (Nagô), povos da Costa da Mina (corresponde à atual região do Golfo da Guiné, de onde veio grande parte dos escravos traficados para as Américas), cujas culturas se impuseram no domínio religioso sobre as dos demais povos introduzidos.
Essas tradições consagram o culto a uma série de divindades subordinadas a um criador, descendentes de uma família mitológica, organizados em panteões com função de controlar as forças da natureza e de regular a conduta dos indivíduos.

Embora sejam observadas algumas variações de região para região e até mesmo diferenças entre grupos de um mesmo local, as linhas gerais da organização, o funcionamento e o sistema de crenças não apresentam diferenças significativas, quer no Brasil, quer em outras partes da América onde sua existência também é registrada, como em Cuba, Haiti, Porto Rico, Jamaica, Honduras Britânica, Guiana Holandesa e Trinidad.

Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.
Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo...

Um afro abraço.


fonte : UNEGRO/Povos Tradicionais

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